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A curva descendente da pandemia começa a ser visível em Portugal e há quem, por isso, defenda o alívio rápido das restrições para evitar um adensar da contestação.
“Eu acho que é preciso dar um sinal urgente, rápido. Quanto mais tempo se esperar mais vai subir a contestação. As pessoas claramente estão cansadas, claramente querem ter outro tipo de realidade e de facto há margem para facilitar nalgumas coisas”, defende o especialista em saúde pública Bernardo Gomes, também membro do grupo das linhas vermelhas.
Na sua opinião, dar “um sinal de alívio no final do mês é errado, é asneira, porque vai aumentar a tensão”. Esse sinal, poderia vir já na próxima semana. “Dentro do menu de medidas que estão em vigor, há claramente medidas que já podem ser facilitadas”, diz, em declarações à Renascença.
Que medidas poderiam cair? O uso da máscara em espaços que não sejam públicos ou de saúde, diminuir a testagem e o uso de certificados.
“Há aqui um conjunto de exposição de certificados de forma generalizada, nomeadamente em contexto de hotelaria e restauração, que a mim já não fazem grande sentido, não acrescentam grande valor”, considera.
No que diz respeito ao uso de máscara, em “transportes públicos, serviços públicos, serviços de saúde deverá haver, na minha modesta opinião, solidariedade” nesta questão. E, para já, “se calhar pensar numa transição para certificados”.
Infetados têm de estar isolados
Em relação ao isolamento, este especialista em saúde pública é mais cauteloso e reconhece a necessidade de os infetados se manterem em isolamento, nomeadamente se tiverem sintomas.
“Uma pessoa infetada não pode, a meu ver, sair antes do sétimo dia após sintomas. Esta evicção continua a ser particularmente importante quando a pessoa está em contacto com crianças e indivíduos vulneráveis”, afirma.
Virão mais ondas de Covid-19
O médico Bernardo Gomes, do grupo das linhas vermelhas, alerta que podem existir novas ondas de contágios no futuro.
“Nós temos de nos preparar para futuros cenários e futuras ondas e termos aqui um conjunto de cautelas”, sobretudo evitar a exposição ao vírus, “que não é desejável”.
“O risco está presente ainda”, diz, destacando que “há uma fatura que vai ser paga e que ainda desconhecemos o valor total em relação à adaptação a este vírus. O que recomendo vivamente é que tenhamos cautela suficiente para reconhecer que não sabemos tudo, mas temos urgência em facilitar a vida das pessoas dentro do possível”, reforça.
“É urgente pensarmos no ar” que respiramos
Na opinião deste especialista em saúde pública, a aposta de futuro para evitar novos vírus e variantes é perceber de uma vez por todas que a qualidade dos espaços que frequentamos terá de ser outra.
“Se há alguma coisa que possa ficar disto, e até como contributo para outras doenças, é nós pensarmos a nossa vivência do ar interior, sendo que continuamos sem dar o devido destaque a engenheiros, arquitetos e outros especialistas que tenham a perceção do ar interior; continua a ser uma temática que não é discutida e, a meu ver, é urgente nós pensarmos como é que podemos melhorar a qualidade do ar interior”, defende com veemência.
Neste ponto, incluem-se as salas de aula nas escolas.
Na última semana, Portugal teve menos 92 mil novos casos diários do que nos sete dias anteriores. Entre segunda-feira passada e domingo (dia 6), o país registou um total de mais de 293 mil novas infeções. No entanto, na semana anterior, e no mesmo período, Portugal tinha registado mais de 385 mil novos casos.
Nas últimas 24 horas, o país registou 36 vítimas mortais e mais de 17 mil novas infeções.