A Síria está a preparar uma grande ofensiva para libertar o último enclave rebelde em Ghouta oriental, segundo a imprensa oficial em Damasco.
Com o apoio da força aérea russa e de milícias pró-regime, as forças armadas da Síria já libertaram a quase totalidade de Ghouta oriental, um subúrbio da capital, Damasco, que se encontrava nas mãos de diferentes grupos de rebeldes desde o início da guerra, em 2011.
A única região que continua controlada por rebeldes é Douma, uma área simbolicamente importante, pois foi aí que começaram os primeiros protestos anti-regime que acabaram por conduzir à Guerra Civil.
Douma é controlada pelo grupo Jaish al-Islam, filiada na al-Qaeda. Os jihadistas dizem publicamente que não tencionam abandonar o território, mas duas pessoas ligadas ao grupo, contactadas pela Reuters, admitem que os seus responsáveis estão a pesar as alternativas, podendo aceitar ser evacuados de Ghouta para territórios sob domínio de rebeldes no norte da Síria, em Idlib, ou noutras partes. Os outros dois grupos rebeldes que atuavam em Ghouta já foram, ou estão atualmente a ser, transferidos para Idlib, onde a situação humanitária também é dramática, segundo as Nações Unidas.
A conquista de Ghouta será mais um marco importante para o regime, o maior golpe desde a libertação de Alepo, em 2016. Mais de 1600 pessoas terão morrido nesta operação e a imprensa pró-regime coloca em 125.000 o número de civis que fugiram para áreas controladas por Damasco.
Um oficial sírio contactado pela Reuters confirma que a situação relativa a Ghouta chegou a uma fase crítica e que os próximos dois dias serão decisivos.
Entretanto as agências internacionais no terreno continuam a tentar organizar uma caravana humanitária para aceder a Douma, mas aguardam ainda condições de segurança e autorização de ambas as partes para o fazer.