Uma semana depois, os taxistas mantêm o protesto. Esta quarta-feira promovem uma manifestarão à porta da Assembleia da República, onde vai estar o primeiro-ministro para o debate quinzenal.
Os representantes das associações de taxistas vão marcar presença nas galerias do hemiciclo para assistir ao debate quinzenal, sendo que o PCP escolheu precisamente "a situação do setor do táxi" para interpelar o primeiro-ministro. Só depois, os taxistas decidem o futuro do protesto que têm vindo a manter nas ruas de Lisboa, Porto e Faro contra a chamada “lei Uber”, que entra em vigor a 1 de novembro.
O presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT) já admitiu convocar os "colegas de Porto e Faro" para se juntarem aos que estão concentrados nos Restauradores, em Lisboa, dependendo do resultado do debate quinzenal no parlamento, na quarta-feira.
"Dependendo do que acontecer amanhã [quarta-feira] na Assembleia da República, depois quando regressarmos aqui [Restauradores], iremos chamar ou não os nossos colegas para se juntarem a nós", disse Carlos Ramos à agência Lusa.
"O senhor Presidente [da República] volta na quinta-feira e pediu que tudo estivesse serenado até ao seu regresso, até que volte estaremos aqui, podemos ser mais ou os que estamos agora", afirmou.
Protesto “#Somos Táxi” contesta a entrada em vigor, a 1 de novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal - Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.
Inicialmente, as associações exigiam que os partidos fizessem, junto do Tribunal Constitucional, um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma, uma exigência que não foi acolhida pelos grupos parlamentares.
Na sexta-feira, o processo teve um desenvolvimento, com o PCP a pedir a revogação da lei, uma decisão que os taxistas consideram estar no "caminho correto", mas que ainda não é suficiente.
Os taxistas pretendem que a lei estabeleça "equidade" entre o setor e as plataformas e que possam ser os municípios a assumir integralmente a definição do número de veículos a circular, por concelho.
Desde 2015, este é o quarto grande protesto contra as plataformas que agregam motoristas em carros descaracterizados, cuja regulamentação foi aprovada, depois de muita discussão, no parlamento, em 12 de julho.