A líder da Nova Direita, Ossanda Líber, acusou esta quarta-feira os presidentes do PSD e do Chega de estarem a "brincar aos políticos", pedindo aos portugueses que deem "uma lição de humildade" à direita que tenta "manter o eleitorado na incerteza".
"Nós estamos a pedir ao eleitorado também para dar uma lição de humildade a estes líderes que estão a brincar aos políticos", disse aos jornalistas a cabeça de lista às legislativas por Lisboa. "Nós seremos o adulto."
Ossanda Líber comentava junto à Basílica da Estrela, em Lisboa, os supostos acordos pós-eleitorais à direita, na sequência de novas declarações do líder do Chega, André Ventura, na terça-feira, com o líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, a garantir que não participava nesse "recreio".
"Eu não tenho quase dúvida nenhuma de que vai sair um Governo de direita no próximo domingo. A questão é quanto tempo vai durar, que condições tem para governar, e é por isso que é tão importante o voto na Nova Direita", realçou. Para Ossanda Líber, a Nova Direita tem atraído eleitorado que não se identifica com a AD e com o Chega, porque que vem "preencher o fosso ideológico que separa estes dois partidos".
"Nós pensamos estar em condições no domingo ou, em todo o caso, na segunda-feira de manhã, para contribuir para esta solução. E também pelo facto de que, neste momento, já estão instalados compromissos mediáticos. O líder do PSD já assumiu uma posição firme relativamente à inviabilidade de um Governo com o Chega. Tenho dúvidas de que ele vá contrariar isso", precisou.
De acordo com a presidente do Nova Direita, nenhum dos dois líderes está à altura do momento.
"Estamos a ver o espetáculo. É fácil chegar a essa conclusão. O que vai sair daí? Vai haver votos para a AD, para o Chega e para a Nova Direita. Quantos [votos] para a Nova Direita? Não sabemos. Provavelmente estaremos na Assembleia da República e, portanto, temos de dialogar com a escolha dos portugueses", referiu.
Questionada sobre a vontade de Chega e AD dialogarem com o seu partido, Ossanda Líber disse que nunca ouviu "falar em linhas vermelhas" contra a Nova Direita.
"Eu não vejo motivo nenhum para que se definam linhas vermelhas contra um partido como o Nova Direita, a não ser que seja por medo, porque também temos detetado muitas situações de medo e receio de serem eventualmente ultrapassados. (...) Nós não estamos aqui como acontece, por exemplo, com o Chega, com aquela necessidade louca de estar no poder. Nós temos uma proposta para o país", acrescentou.