O Príncipe André do Reino Unido renunciou às suas filiações militares e títulos reais, disse o Palácio de Buckingham, esta quinta-feira.
Segundo a agência Reuters, o anúncio surge depois de os advogados de Andrew não terem conseguido persuadir um juiz dos EUA a arquivar um processo civil contra o Príncipe, que o acusa de abuso sexual.
"Com a aprovação e acordo da Rainha, as filiações militares e os títulos reais do Duque de York foram devolvidos à Rainha", disse o Palácio de Buckingham numa declaração.
"O Duque de York continuará a não assumir quaisquer deveres públicos e está a defender este caso como um cidadão privado".
Uma fonte real disse ainda que André deixaria de usar o título "Sua Alteza Real" em qualquer função oficial e que os seus outros papéis seriam distribuídos entre outros membros da família real.
Na quarta-feira, um juiz do Tribunal de Nova Iorque decidiu manter a queixa judicial de Virginia Giuffre contra o Príncipe André. Segundo a acusação, Giuffre (na altura Roberts) terá sido abusada sexualmente em 2001, quando tinha 17 anos de idade.
Virginia Giuffre assinou, em 2009, um acordo com Jeffrey Epstein, o bilionário americano acusado de tráfico sexual de menores que, em agosto desse ano foi encontrado morto na cela da prisão. O acordo estabelecia que Giuffre não processaria nem o Príncipe André nem “outros potenciais arguidos”, argumento que o juiz Lewis Kaplan agora rejeitou.
Sendo assim, caso todos os recursos do segundo filho da Rainha da Inglaterra se esgotem, um julgamento civil poderá vir a ser realizado “entre setembro e dezembro” de 2022, disse o juiz.
O Duque de York, que mantinha laços com Epstein e a sua antiga companheira Ghislaine Maxwell, tem sempre negado as acusações.