O jornal alemão "Bild" avançou esta quinta-feira, com base em "várias fontes", que Angela Merkel vai encontrar-se com Donald Trump já no dia 27 de abril, na véspera de expirar a isenção de taxas aduaneiras aplicada aos Estados-membros da União Europeia (UE) que exportam aço e alumínio para os Estados Unidos da América (EUA).
O encontro, que ainda não foi oficialmente confirmado pela chancelaria alemã, vai acontecer dias depois de o Presidente de França, Emmanuel Macron, viajar até Berlim para se encontrar com Merkel, uma visita que está marcada para 24 de abril.
Na semana passada, numa conversa telefónica com o Presidente norte-americano, Merkel pediu a Trump que esteja "aberto a dialogar" sobre as políticas de trocas comerciais entre a UE e os EUA, um mês depois de a administração federal norte-americana ter anunciado que pretende começar a cobrar taxas aduaneiras sobre uma série de produtos importados pelos norte-americanos, nomeadamente da China.
Segundo fontes citadas pela Reuters, no telefonema a chanceler alemã lembrou a Trump que "deve ter em consideração as regras estipuladas pelo sistema internacional de comércio" na hora de tomar decisões como a de acabar com o acordo de isenção com os países exportadores da UE.
Merkel e Trump já tinham falado ao telefone a 1 de março, altura em que discutiram a guerra na Síria e a desnuclearização da Rússia. Antes disso, tinham passado mais de cinco meses sem contactos diretos. A relação entre ambos azedou em maio do ano passado, por alturas da cimeira da NATO, quando a chanceler alemã sublinhou que a Europa "já não pode contar" com os seus aliados tradicionais, nomeadamente o Reino Unido, por causa do Brexit, e os Estados Unidos, por causa da agenda protecionista e da postura desafiante do Presidente Trump nos palcos globais.
A confirmar-se, a deslocação de Merkel a Washington D.C. no final de abril poderá servir para que os dois líderes discutam também o acordo que foi alcançado pela comunidade internacional com o Irão em 2015, para controlar as aspirações nucleares do país. Em outubro do ano passado, Trump voltou a garantir que vai abandonar esse acordo a menos que a Alemanha, o Reino Unido e França aceitem renegociá-lo. Na altura definiu 12 de maio como o prazo para se alcançar um novo tratado, sob fortes críticas de Angela Merkel.