O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), Luís Lima, considera o novo imposto sobre o património com valor superior a 500 mil euros um "ataque em força à classe média, mesmo que pareça um ataque aos proprietários mais ricos", e a "declaração da morte do mercado arrendamento urbano".
Várias associações que representam o sector imobiliário criticaram esta quinta-feira a proposta de um novo imposto para o sector, que será progressivo e aplicado em paralelo com o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) a proprietários com património avaliado acima dos 500 mil euros.
Luís Lima considera que os mais ricos não terão dificuldades em contornar a nova lei.
"Os únicos que não serão afectados são precisamente os ricos, que têm a capacidade de distribuir o respectivo património por titulares, colectivos, diversificados, de modo a que nunca seja atingido, por acumulação, o valor patrimonial tributável que vai ser castigado fiscalmente", considera Luís Lima.
Uma vez que quem investe no imobiliário aposta sobretudo em arrendar o património, o responsável previu que com a confirmação do novo imposto desapareçam do mercado as "pequenas casas utilitárias, que constituíam a oferta mais procurada do mercado de arrendamento".
Assim, eventuais interessados em arrendar vão "arriscar a compra com todos os riscos do endividamento excessivo e da excessiva taxa de esforço", conclui.
O dirigente indica que proprietários com segundas habitações serão penalizados por este novo imposto, que se juntará ao "aumento dos valores do IMI que se verificarão em Abril do próximo ano", depois da actualização dos coeficientes de localização e nas alterações de zonas para efeitos de avaliação fiscal.