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O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, considerou hoje "muito credíveis" as informações de que a Rússia cometeu "crimes de guerra" na Ucrânia.
"Vimos informações muito confiáveis sobre ataques deliberados a civis que constituem crime de guerra", afirmou, durante uma entrevista ao canal norte-americano CNN.
Segundo Blinken, os Estados Unidos estão "a examinar" essas informações.
O secretário de Estado dos EUA, que falava a partir da Moldova, onde está depois de ter visitado a fronteira da Polónia com a Ucrânia, adiantou que a guerra poderá "durar algum tempo", mas assegurou considerar que o Presidente russo, Vladimir Putin, "está condenado a perder" na Ucrânia.
"Ganhar uma batalha não é vencer a guerra. Conquistar uma cidade não significa que ele [Putin] conquiste o coração e a alma do povo ucraniano", alegou Blinken, acrescentando que "o povo ucraniano já demonstrou que não permitirá que Vladimir Putin ou a Rússia o subjugue e governe".
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos anunciou hoje que pelo menos 364 civis ucranianos morreram e 759 ficaram feridos na sequência da invasão russa da Ucrânia, segundo o mais recente balanço divulgado.
O Alto Comissariado, que usa uma metodologia rigorosa e apenas reporta as vítimas que consegue confirmar, diz acreditar que os números reais são consideravelmente maiores, "especialmente em território controlado pelo Governo [ucraniano] e particularmente nos últimos dias".
Isto porque "o fluxo de informações sofreu atrasos devido aos combates" em curso e "muitos pormenores sobre as vítimas ainda estão à espera de verificação".
As autoridades ucranianas apresentaram números muito mais elevados, referindo que a Rússia já provocou mais de 2.000 mortos entre a população civil.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as Nações Unidas, já levou à fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.