A falta de professores está a obrigar os colégios privados a aumentar salários, revela à Renascença o diretor-executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular (AEEP).
Rodrigo Queiroz e Melo admite que este ano tem sido mais difícil contratar nas grandes cidades, em particular para o Pré-Escolar e para o 1.º Ciclo.
Ainda assim, o diretor-executivo da AEEP diz que a situação é ultrapassada com salários mais apelativos. “Sempre que necessário temos de pagar melhor para poder recrutar não só professores, se houver falta de professores, mas também os melhores professores.”
Rodrigo Queiroz e Melo diz que “há muitos estabelecimentos de ensino que pagam em função do caso concreto acima da tabela ou que dão prémios e outras vantagens acessórias” para contratar ou segurar os docentes.
“É algo que nós fomentamos muito que aconteça, porque nós não acreditamos também neste sistema em que todos ganham o mesmo, portanto, o talento merece e tem de ser premiado”, sublinha.
Nestas declarações à Renascença, o diretor-executivo da AEEP admite que os colégios pequenos possam ter maior dificuldade em concorrer com aquilo que o Estado paga, mas diz que tudo depende da procura.
“Quando a procura dos pais é muito forte, é sempre possível encontrar professores, uma vez que isso permite aos estabelecimentos de ensino ser mais concorrencial do que o Estado ao nível do pagamento”, refere.
Rodrigo Queiroz e Melo garante que os colégios estão preparados para o arranque do ano letivo, com os quadros do pessoal docente preenchidos, apesar das dificuldades em contratar professores.
“Não negamos que este ano, tal como o ano anterior já assim o foi, tem sido mais difícil recrutar do que em tempos mais antigos e também temos tido mais mudanças no corpo docente do que havia anteriormente, uma vez que atualmente, com bastante facilidade, os candidatos a professores podem vincular no Estado”, começa por referir.
“Mas na verdade temos os quadros cheios. Sentimos que há mais dificuldade em alguns estabelecimentos de ensino menores, como Pré-Escolar e 1.ª Ciclo, uma vez que por vezes é mais difícil substituir estes profissionais, nas grandes cidades. São, ainda assim, casos que nos preocupam, mas casos residuais no total do setor”, conclui o diretor-executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular.