O partido Junts per Catalunya comunicou ao PSOE que não se vai abster na votação de investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro. Os catalães reafirmam, assim, a sua importância no futuro político de Espanha, forçando o socialista a obter o voto favorável do partido.
Segundo o jornal espanhol El Mundo, fontes do partido de Carles Puigdemont explicam que esta decisão procura evitar que os socialistas espanhóis procurem alternativas ao voto favorável do Junts, que passariam pela abstenção dos catalães e o sim da Coligação Canária.
O sim dos sete deputados catalães no Congresso dos Deputados torna-se, desta forma, essencial para a investidura de Sánchez, já que é necessária pelo menos uma maioria simples (na segunda votação) para a aprovação.
A decisão terá sido comunicada ao PSOE esta semana, após o rei Felipe Vi propor a investidura de Pedro Sánchez. O presidente dos socialistas precisa do apoio dos partidos independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco, assim como do Sumar.
O presidente da Coligação Canária, ofereceu esta quinta-feira o voto do partido da Sánchez, procurando evitar que o voto do Junts não seja "relevante". A Coligação Canária votou a favor da investidura de Alberto Núñez Feijóo.
O sim da Coligação Canária poderia dar a investidura a Pedro Sánchez, que ficaria com 172 votos a favor e 172 votos contra na segunda votação. No entanto, a decisão do Junts per Catalunya anula essa possibilidade.
Os independentistas catalães exigem o abandono da "via judicial", através de uma amnistia que cubra todos os processos relacionados com o separatismo desde 2014 na comunidade autónoma da Catalunha.
Feijóo, líder do Partido Popular, venceu as eleições de 23 de julho, mas sem maioria para formar Governo, e a investidura acabou por falhar. Se a investidura do líder do PSOE também falhar, Espanha voltará às urnas para novas eleições gerais.