O promotor Luís Montez afirmou à agência Lusa que a organização do festival de música Super Rock Super Rock (SBSR) "irá trabalhar de dia e de noite" para transferir toda a logística do evento para o Parque das Nações, em Lisboa.
A 26.ª edição do SBSR, que começa na quinta-feira, deveria decorrer na Herdade do Cabeço da Flauta, no concelho de Sesimbra (Setúbal), mas vai ser transferida para a Altice Arena e zona circundante, tendo em conta a declaração de estado de contingência decretada pelo Governo.
Segundo o promotor Luís Montez, o festival manterá o cartaz e os quatro palcos previstos: o palco maior dentro da Altice Arena, o alinhamento de dois outros palcos coordenados dentro da Sala Tejo, na mesma sala de espetáculos, e um palco que será colocado no exterior.
Isto significa que o festival acontecerá em moldes semelhantes a edições anteriores já decorridas no Parque das Nações, entre 2015 e 2018.
A organização explica que os bilhetes já adquiridos para o festival são válidos para a edição transferida para Lisboa e que qualquer possibilidade de devolução terá de ser ainda avaliada com a Inspeção-Geral das Atividades Culturais.
Depois de duas edições canceladas, em 2020 e 2021, por causa da pandemia da covid-19, Luís Montez fala num momento difícil na história do festival para poder cumprir a lei e responder a uma decisão política, tendo em conta que o evento envolve um investimento de 4,5 milhões de euros e centenas de trabalhadores.
Sobre a decisão de manter ou não o festival em Sesimbra, Luís Montez afirmou que "ainda é cedo para ponderar isso".
Do cartaz desta edição fazem parte nomes como A$AP Rocky, C. Tangana, Foals, DaBaby, Metronomy, Jamie XX, Hot Chip, Capitão Fausto, Capicua, David & Miguel e Conjunto Cuca Monga.
Portugal continental entrou na segunda-feira em estado de contingência, devido às previsões meteorológicas que apontam para temperaturas muito elevadas nos próximos dias, com o esperado agravamento de risco de incêndios florestais.
A declaração do estado de contingência deve terminar às 23:59 de sexta-feira, mas o Ministério da Administração Interna (MAI) admitiu que poderá "ser prolongada caso seja necessário". Esta declaração proíbe o acesso, circulação e permanência nos espaços florestais, assim como a realização de trabalhos, nessas áreas.
O primeiro-ministro afirmou hoje que, por questões de segurança face aos "elevadíssimos riscos" de incêndio, com o país em situação de contingência, terão de ser reajustados os eventos junto a zonas florestais programados para os próximos dias.
"A segurança está acima de tudo. Esta questão não é política, é técnica e de responsabilidade, decorre da lei num momento em que está em vigor a situação de contingência", declarou António Costa.