Francisco Neto não tira carga à importância do momento que a seleção feminina vai viver na quarta-feira, dia em que pode fazer história, garantindo a primeira presença de Portugal na fase final de um Campeonato do Mundo. No entanto, o selecionador nacional ressalva que um eventual insucesso não poderá ser uma retrocesso na evolução do futebol feminino em Portugal.
"A nossa presença no Campeonato do Mundo não é o fim do processo. Queremos muito lá estar, porque isto irá permitir criar referências às jogadores mais novas, mas, aconteça o que acontecer, nós acreditamos que o futebol feminino vai continuar a crescer", diz Francisco Neto, em entrevista à Renascença, desde a Nova Zelândia, onde Portugal joga a final do "play-off" Intercontinental, diante dos Camarões.
O adversário, que bateu a Tailândia nas meias-finais, procura chegar ao Mundial, pela terceira vez consecutiva, e, explica o técnico português, está recheado de jogadoras com qualidade.
"Os Camarões têm uma equipa que já esteve em dois mundiais consecutivos, têm jogadoras experientes, jogadoras que jogam também nas melhores ligas na Europa. Vêm de cultura de vitória porque ganharam último jogo. Será um jogo muito equilibrado, sem favoritos e temos de estar na nossa melhor versão para ganhar", afirma.
A fórmula para vencer passa por não alterar nada naquilo que permitiu à equipa completar o caminho até este momento: "Temos de manter a identidade, o caráter e a paixão pelo jogo. Agora, sabemos que não há equipa nenhuma no mundo que nestes jogos não tenha momentos de sofrer, momentos onde vai estar por baixo do jogo. Nós queremos ter um mínimo de tempo possível nessas nessas zonas de desconforto e estar o máximo de tempo possível nas nossas zonas de conforto".
Portugal joga com os Camarões na quarta-feira, às 6h30 da manhã, em Hamilton, na Nova Zelândia. O Campeonato do Mundo, que se realiza naquele país, decorre entre 20 de julho e 20 de agosto de 2023.