Covid-19. Farmacêutica Pfizer anuncia vacina com eficácia superior a 90%
09-11-2020 - 12:12
 • Joana Gonçalves

Os primeiros resultados do ensaio clínico reforçam a liderança da farmacêutica norte-americana na corrida contra o novo coronavírus.

A farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou, esta segunda-feira, que uma análise inicial do ensaio clínico da vacina contra o novo coronavírus sugere uma forte eficácia na prevenção da Covid-19.

A notícia, avançada pelo jornal The New York Times, surge numa altura em que a Europa enfrenta uma segunda vaga da pandemia, mais severa do que aquela que se verificou entre março e abril. A Direção Geral da Saúde (DGS) em Portugal já reagiu à notícia, com Graça Freitas a dizer que esta "será das melhores" vacinas do mercado se se confirmarem os resultados hoje anunciados.

A Pfizer, que desenvolveu a vacina numa colaboração com a farmacêutica alemã BioNTech, adianta que os primeiros resultados revelam que a vacina apresenta uma eficácia superior a 90% na prevenção da doença, entre os voluntários do ensaio que não tinham evidência de infecção anterior por coronavírus.

Se os resultados obtidos se mantiverem, o nível de proteção equivaleria a vacinas altamente eficazes para doenças como o sarampo. Nesta primeira revisão formal por um painel externo de especialistas, não foram observadas preocupações sérias de segurança, revela a farmacêutica.

Cientistas independentes alertam para o perigo da divulgação de resultados iniciais, antes da recolha final dos dados de segurança e eficácia de longo prazo. Ainda assim, este avanço torna a Pfizer a primeira empresa a anunciar resultados positivos de um teste de vacina na fase final, ocupando o primeiro lugar numa corrida mundial que começou em janeiro e avançou a uma velocidade recorde. Onze vacinas estão na fase final do ensaio clínico.


O próximo passo será avançar com um pedido à Food and Drug Administration (FDA) de uma autorização de emergência para a vacina de duas doses no final deste mês, depois de recolhidos os dados de segurança recomendados de dois meses. Até o final do ano, a Pfitzer poderá fabricar doses suficientes para imunizar entre 15 a 20 milhões de pessoas, avançam os executivos da empresa.

A FDA estabelece três condições para aprovar uma vacina: ser eficaz, segura e capaz de ser produzida em grande escala.