Três observadores das Nações Unidas e um tradutor ficaram feridos este sábado durante um alegado ataque israelita em território libanês, incidente negado por Telavive. Os ferimentos das quatro pessoas foram confirmados pela missão de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano, a UNIFIL, que diz estar a investigar as causas do incidente. Israel nega ter levado qualquer a cabo o ataque naquela zona, enquanto o primeiro-ministro libanês, Najib Mikat, condenou o sucedido.
“Ao contrário dos relatos, as Forças de Defesa de Israel não atacaram um veículo da UNIFIL na área de Rmeish esta manhã”, argumenta a IDF em comunicado. Nas redes sociais, Andrea Tenenti, porta-voz da missão das Nações Unidas, confirmou que uma explosão próxima do local onde se encontravam os observadores da ONU os deixou feridos.
"Esta manhã, três observadores militares do Grupo de Observadores do Líbano (UNTSO) e um assistente de língua libanesa, durante uma patrulha a pé ao longo da Linha Azul, ficaram feridos quando ocorreu uma explosão perto da sua localização", escreve Tenenti na rede social X, acrescentando que os feridos estão a receber tratamento médico.
"Estamos a investigar a origem da explosão. A segurança e a proteção do pessoal da ONU devem ser garantidas. Todos os intervenientes têm a responsabilidade, ao abrigo do direito humanitário internacional, de garantir a proteção dos não combatentes, incluindo forças de manutenção da paz, jornalistas, pessoal médico e civis", conclui Tenenti.
O ataque, atribuído aos israelitas ( e que Israel nega), ocorreu à saída da cidade fronteiriça de Rmeish, no sul do Líbano, ferindo vários observadores, segundo duas fontes da Reuters. No entanto, o porta-voz do exército israelita, Avichay Adraee, negou que as forças israelitas tenham atingido um veículo pertencente à missão de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano.
Uma das fontes, da área da segurança, disse que o carro transportava três observadores técnicos da ONU e um tradutor libanês. Essa fonte, e uma segunda fonte também ligada à segurança, disseram que o ataque israelita tinha deixado feridos vários dos que se encontravam no carro.
No relato do porta-voz da UNIFIL, afirma-se que os observadores da ONU faziam uma patrulha a pé.
Israel tem estado numa disputa armada com o grupo armado libanês Hezbollah no sul do Líbano há quase seis meses, em paralelo com a Guerra de Gaza. Os bombardeamentos israelitas no Líbano mataram cerca de 270 combatentes do Hezbollah, mas também cerca de 50 civis — incluindo crianças, médicos e jornalistas — e atingiram tanto a UNIFIL como o exército libanês.
Em novembro, a FINUL anunciou que uma das suas patrulhas foi atingida por tiros israelitas no sul do Líbano, sem que tenha havido vítimas. No mês passado, a FINUL afirmou que o exército israelita violou o direito internacional ao disparar contra um grupo de jornalistas claramente identificáveis, matando um jornalista da Reuters.