Mais do que novas medidas para regular o mercado de trabalho, as Pequenas e Médias Empresas (PME) pedem ajuda financeira para sobreviver.
Questionado sobre o que espera que aconteça no final desta semana de contenção de contactos, o presidente da Confederação das Micro, Pequenas e Médias Empresas diz que o problema está ao nível da tesouraria diária.
“O tecido empresarial português é constituído por micro, pequenas e médias empresas. E as micro são 99,6% do tecido económico nacional, que vivem essencialmente do fundo de tesouraria diário. E se estão sistematicamente paradas, se têm estas convulsões do abre e fecha, não é possível encontrarem um ponto de equilíbrio para terem uma vida financeira salutar”, começa por explicar Jorge Pisco, acrescentado que a situação que é agravada pela falta de mão de obra e pelas quarentenas de alguns trabalhadores.
Em dia de nova reunião de peritos no Infarmed, reunião que vai avaliar a evolução da pandemia de Covid-19, numa altura em que Portugal regista um aumento significativo de infeções, este responsável mostra-se preocupado sobre a possibilidade de o teletrabalho continuar a ser fortemente recomendado.
“O teletrabalho é sempre muito complicado para uma microempresa, porque têm até nove trabalhadores e se vão para casa, a situação complica-se”, reconhece.
Revela que na área do comércio e serviços, as empresas têm tentado colmatar a situação com o ajustar dos funcionários ao serviço, para não serem obrigados a fechar, mas a metalomecânica, por exemplo, não pode estar em teletrabalho. “Temos as agências de viagens que nem trabalho têm, e o mesmo acontece com o sector dos espetáculos e da cultura em geral, que não estão obrigados ao teletrabalho, mas que estão paradas porque nem trabalho têm”.
“As empresas estão a reajustar os seus recursos, numa tentativa de sobrevivência”, conclui Jorge Pisco.