Portugal, França e Alemanha destacaram esta quinta-feira a importância das eleições europeias de 2024 para o futuro da União Europeia, perante o crescimento da extrema-direita e a necessidade de ter um Parlamento Europeu pró-europa e pela transição energética.
“Vão ser umas eleições duras. Temos de fazer muitas coisas antes do fim do ano para convencer os votantes. Num dos debates, sobre as migrações, temos de ter sucesso porque vai ser determinante. É crucial olhar em frente porque há um crescimento da extrema-direita, que vão usar a transição energética como argumento contra a Europa. Dada a dimensão da crise climática, não podemos permitir isto. É também por isso que os jovens têm de votar porque eles percebem a crise climática e é o futuro deles”, defendeu a secretária de Estado francesa dos Assuntos Europeus.
Laurence Boone falava juntamente com a ministra para a Europa e Clima da Alemanha, Anna Lührmann, e Tiago Antunes, secretário de estado dos Assuntos Europeus, em declarações aos jornalistas à margem de um debate sobre o futuro da Europa integrado no Summer CEmp, uma escola de verão organizada pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, que este ano se realiza em Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo.
Também a ministra alemã considerou que as próximas europeias “são críticas para o futuro da Europa”, sendo necessário que o próximo Parlamento Europeu (PE) seja “pró-europeu”.
“Temos tantos assuntos importantes para decidir. Temos a crise da Ucrânia, a discussão sobre o alargamento [da União Europeia], temos a crise do clima. A União Europeia precisa de se afirmar na tarefa de a enfrentar, e precisamos de um PE pró-europeu, que saiba que apenas juntos podemos enfrentar estes desafios”, disse.
Tiago Antunes reconheceu que “o crescimento do populismo e de forças nacionalistas em várias partes da Europa é um risco para o projeto europeu”.
“Por isso as próximas eleições são tão importantes – para assegurar que o próximo PE é composto sobretudo por partidos pró-Europa que querem seguir em frente na transição energética e digital, e não voltar atrás a tempos que não queremos voltar a ter”, indicou.
Durante o debate dirigido aos estudantes universitários participantes no Summer CEmp, a secretária de Estado francesa alertou que o próximo PE pode não ser tão democrata e social como a Europa precisa.
Por outro lado, Laurence Boone recusou a ideia de que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia tenha enfraquecido a democracia europeia, mas admitiu a necessidade de “melhorar o funcionamento da UE".
A ministra alemã defendeu a necessidade de reforçar o papel do PE e aumentar a transparência, para além do esforço em tornar a EU “independente em termos de combustíveis”, usando o sol e o vento para assegurar as necessidades.
Interessada nos projetos que Portugal tem nesta área, a ministra revelou que vai visitar na sexta-feira, na companhia de Tiago Antunes, um projeto de energia offshore ao largo de Viana do Castelo.