Greve sem serviços mínimos pode provocar atrasos e supressões de comboios
04-06-2018 - 07:04

CGTP diz que estão em causa postos de trabalho, mas também a segurança dos utentes.

Este pode ser um dia complicado para quem precisa de viajar de comboio. Os trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo estão em greve contra a possibilidade de circulação de comboios com um único agente.

Apesar de a paralisação estar marcada para esta segunda-feira, os primeiros efeitos do protesto fizeram-se sentir no domingo. Segundo fonte da CP, até às 22h00, foram suprimidas quase 140 ligações.

Os sindicatos subscritores do pré-aviso de greve preveem que a paralisação tenha "um grande impacto na circulação de comboios" e a CP admite que deverão ocorrer "fortes perturbações na circulação". Segundo a informação colocada na sua página online, a empresa lembra que não foram definidos serviços mínimos e que não serão disponibilizados transportes alternativos.

O secretário de Estado das Infraestruturas, em declarações aos jornalistas no domingo, considerou que não existe "justificação material" para a paralisação, uma vez que a norma dos dois agentes existe desde 1999 e não foi alterada pelo Governo, sendo apenas permitido circular com um agente em casos excecionais e se a empresa operadora o consentir.

Por outro lado, acrescentou Guilherme W. d’Oliveira Martins, a CP, principal afetada neste protesto, tem uma norma interna que impede os comboios de circular com apenas um agente.

Assim, e apesar de o Governo reconhecer o direito constitucional à greve, considera que esta paralisação não tem "justificação material" para acontecer.

Perante a possibilidade de, na próxima semana, haver mais dois dias de greve, o secretário de Estado disse: “O Sindicato dos Revisores invoca que é uma batalha pelo agente único. O sindicato aceitou a vigência do Regulamento (RGS) desde 1999 e agora vem dizer que quer alterar a regra”.

O secretário-geral da CGTP está solidário com a greve dos ferroviários, que estão "a defender os seus postos de trabalho", e alertou que 600 empregos diretos podem desaparecer, além de 400 indiretos. Em declarações à Lusa, Arménio Carlos disse ainda que também está em causa a segurança dos utentes.