Esquadra incendiada e "violência grave" no norte de Inglaterra
02-08-2024 - 22:29
 • Ricardo Vieira

Manifestantes de extrema-direita espalharam o caos na cidade de Sunderland. Governo promete mão firme contra tumultos iniciados após assassinato de três crianças.

A cidade de Sunderland, no norte de Inglaterra, foi esta sexta-feira palco de violentos confrontos. A esquadra central da polícia foi incendiada por um grupo de elementos ligados à extrema-direita.

Três polícias ficaram feridos e tiveram de ser hospitalizados e oito manifestantes foram detidos.

Este é o mais recente incidente nos protestos iniciados após o assassinato de três crianças, na localidade de Southport. O crime foi cometido por um jovem britânico de 17 anos, com autismo, filho de pais imigrantes do Ruanda.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a esquadra de Sunderland a arder e os bombeiros a tentar apagar as chamas.

Os manifestantes gritaram palavras de ordem contra os imigrantes e também tentaram atacar uma mesquita, mas foram travados pelas forças de segurança.

A Polícia diz que está a enfrentar um cenário de "violência grave".

Centenas de pessoas manifestaram esta sexta-feira em Sunderland e um protesto mais e uma contra-manifestação também tiveram lugar em Liverpool, para onde foram enviados reforços policiais.

A secretária da Administração Interna avisa que os desordeiros - muitos ligados a movimentos de extrema-direita - vão pagar o preço pelos tumultos.

“A Polícia tem o total apoio do Governo para tomar as medidas mais fortes possíveis e garantir que eles enfrentem as consequências legais”, declarou Yvette Cooper.

A responsável pela segurança afirma que os responsáveis pelos tumultos “não representam a Grã-Bretanha”.

Na terça-feira, mais de 50 polícias ficaram feridos em confrontos em Southport, durante a vigília em memória das três crianças mortas naquela localidade perto de Liverpool, no Reino Unido, quando estavam num workshop de dança que tinha como inspiração a música de Taylor Swift.

O presidente da Federação de Polícia de Merseyside, Chris McGlade, disse, em declarações citadas pela Sky News, que os agentes ficaram feridos na sequência de um "ataque contínuo e violento".

As manifestações de pesar às vítimas juntaram mais de mil pessoas. As meninas assassinadas tinham entre seis e nove anos.