Os sindicatos dos médicos e o ministro da Saúde voltam a encontrar-se, após uma reunião no domingo que durou mais de nove horas e terminou sem acordo na madrugada de segunda-feira.
Da reunião de domingo emergiu um "compromisso" do Governo para repor o horário semanal de 35 horas para todos os médicos assim que o desejem e das 12 horas semanais de trabalho nos serviços de urgência.
A Federação Nacional dos Médicos criticou o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, por "não ter sido capaz de um acordo digno e sem artimanhas escondidas nas cláusulas, com a justa atualização da grelha salarial para todos os médicos" do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A contraproposta dos sindicatos apresentada ao governo prevê um aumento salarial transversal de 30%.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) considerou que o aumento do salário base de "cerca de 5%" proposto pelo governo é "uma das limitações sérias para que haja um acordo".
As negociações entre o Ministério da Saúde e o SIM e a Fnam iniciaram-se em 2022, mas a falta de acordo tem agudizado a luta dos médicos, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.