"A situação muito grave" da falta de professores nas escolas pode tornar-se numa "pandemia na educação", diz Filinto Lima.
À Renascença, o presidente da direção da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) reage ao estudo do EDULOG - Fundação Belmiro de Azevedo, que indica que, todos os dias, faltam, em média, 11 mil professores nas escolas portuguesas e que há cinco mil turmas sem pelo menos um docente. De acordo com o mesmo estudo, a doença de longo prazo é o principal motivo para as faltas dos professores.
Filinto Lima sublinha que "os números não surpreendem", sendo certo que "a profissão de professor é muito desgastante, exigente física e intelectualmente", e "o burnout está no dia-a-dia dos docentes".
"As substituições são cada vez mais difíceis porque os jovens não querem seguir a carreira docente, e por outro lado, para além das baixas médicas, estão a sair do sistema, bastantes professores que estão a jubilar", justifica o responsável.
Filinto Lima lembra que não há apenas falta de professores de substituição. "É mais preocupante ainda aquelas turmas que estão sem professores desde o arranque do ano letivo... e não é pelo facto dos professores apresentarem baixa médica: é pelo facto de não existirem professores", lamenta.
A solução, diz Filinto Lima, passa por "valorizar e dignificar a carreira docente", pelo que apela ao "poder político que trate a Educação como uma prioridade" e que "resolva rapidamente o problema dos seis anos, seis meses e 23 dias", tempo de serviço que os professores viram congelado.
[notícia atualizada às 13h14]