Rui Vitória sente "maior segurança" na Arábia Saudita, durante este período de propagação do novo coronavírus. O treinador português, que orienta o Al Nassr, utiliza dois argumentos para justificar o seu sentimento: as medidas tomadas pelas aiutoridas e a forma galopante como na Europa a Covid-19 tem atingido as populações. O antigo treinador do Benfica, que tem a família consigo, acrescenta que só deixará esta região do globo se for comunicado que todos terão de regressar aos países de origem.
A Arábia Saudita, onde trabalham muitos treinadores portugueses, também se decidiu pela paralisação das competições desportivas. Num país ainda sem registos de vítimas mortais, mas com cerca de uma centena de infetados, as autoridades decidiram encerrar centros comerciais e restaurantes, mas não só, para já e até ordem em contrário ninguém entra ou sai seja por via aérea ou terrestre.
Os campeonatos estão "parados até final do mês" e os treinos suspensos, pelo menos esta semana, já que esta é uma situação que será analisada de sete em sete dias.
"Para já, o campeonato está parado até ao fim do mês. No treino, estamos parados esta semana, na próxima vamos ver. A próxima jornada do campeonato joga-se, provavelmente, em abril joga-se, mas temos de esperar para ver, não temos outra hipótese", diz.
Ambiente controlado
Rui Vitóri vive com a família num "resort", num ambiente controlado e com "muita informação", mas também rodeado por pessoas que estiveram fora do país em reuniões, o que motiva uma "preocupação grande".
"Os centros comerciais e restaurantes estão fechados. Aqui no 'resort' há uma grande preocupação com as pessoas que chegam do estrangeiro. Temos aqui muitas pessoas que estiveram fora ou reuniões com pessoas de fora. As pessoas estão a fazer um esforço muito grande para cumprir as diretrizes", continua.
Mas é entre a população local que reside a maior incerteza. O treinador adianta que embora os números "não estejam a subir de uma forma exponencial", podem existir "casos escondidos" por falta de informação.
Rui Vitória não manifesta o desejo de sair, por motivos familiares e profissionais, mas sempre vai dizendo que de pouco valia ter essa vontade, que existe por parte de alguns portugueses que estão na Arábia, porque neste momento "ninguém entra, nem ninguém sai".