Os seis detidos na sexta-feira numa megaoperação de combate ao furto e recetação de catalisadores nos distritos de Lisboa e Setúbal ficam a aguardar julgamento em prisão preventiva, adiantou esta quinta-feira o Ministério Público (MP).
Apesar de na semana passada a PSP de Lisboa ter apenas divulgado informações sobre seis detidos, de acordo com o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa há um sétimo arguido no caso, que ficou sujeito a apresentações bissemanais no posto policial da sua área de residência e proibido de sair do país, tendo que entregar o passaporte.
“Em causa está uma organização suspeita de se dedicar à subtração de catalisadores, compra de catalisadores subtraídos a terceiros e respetiva revenda a entidades operadoras de resíduos”, sublinha o DIAP numa nota publicada hoje na sua página oficial da Internet.
Na semana passada, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP adiantou que a investigação possibilitou “indiciar um grupo de suspeitos que se dedicava ao furto e à recetação de catalisadores furtados e que constituía um nível de recetação intermédia e final, uma vez que os catalisadores furtados eram entregues em empresas responsáveis pelo processamento e venda dos metais preciosos que compõem este tipo de componente automóvel”.
As empresas em causa foram alvo de buscas não domiciliárias que permitiram apurar que, “além da atividade económica lícita, na recolha e tratamento de resíduos, possuíam um mercado paralelo ilícito”, lia-se numa nota da PSP.
Segundo a PSP, essas empresas “recebiam catalisadores furtados de diversos locais do país e, após o devido processamento, exportavam toneladas de catalisadores já triturados, obtendo assim lucros avultados de quantias monetárias”.
Numa operação conjunta da Divisão de Investigação Criminal e Autoridade Tributária com o DIAP Regional de Lisboa, executaram-se seis mandados de detenção, oito buscas domiciliárias e dezenas de buscas não domiciliárias nos distritos de Lisboa e Setúbal.
Em causa estavam factos suscetíveis de configurar os crimes de associação criminosa, furto qualificado, recetação, fraude fiscal, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.
Entre os bens apreendidos estão 546.000 mil euros em numerário, 68 placas prensadas de metais preciosos provenientes do processamento de catalisadores, avaliadas em 100.000 euros, dois revólveres de calibre.32 e respetivas munições, uma pistola de calibre 6.35mm e respetivas munições, vários cartuchos de calibre 12 e duas armas de ‘airsoft’.
Três automóveis de gama alta, vários catalisadores furtados, ferramentas utilizadas para o furto de catalisadores, vários telemóveis e material informático e diversa documentação relativa à prática ilícita de transações comerciais de metais preciosos “com relevância para a investigação” foram outros dos objetos apreendidos, indicou ainda a PSP.