Santana Lopes. Conferência do Clima já está a ser "frutífera"
05-12-2015 - 14:11
 • José Pedro Frazão

O tempo das declarações dos chefes de Estado já passou e agora os delegados de 192 países negoceiam o que pode vir a ser o Acordo de Paris de combate às alterações climáticas. Santana Lopes detecta sinais positivos da vontade dos sectores privados em avançar na defesa do planeta.

O caminho é difícil, mas a Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas está a ser positiva até ao momento. É a avaliação do antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, que sublinha o trabalho preparatório que permitiu a apresentação de diversas iniciativas privadas a favor do ambiente na reunião de Paris.

"Independentemente da grande questão de fundo, do nível de compromisso na redução das emissões, há uma variedade de propostas e de iniciativas sobre o carbono, as energias limpas, ajuda aos países mais pobres. Há muitas propostas de fundações, de empresas privadas, de países vários, para a criação de várias frentes de trabalho para a protecção do ambiente, dos recursos naturais, da água. A conferência está a ser frutífera e demonstra empenho político", considera Santana Lopes no programa "Fora da Caixa" da Renascença, emitido na sexta-feira, ainda antes de ser conhecido um rascunho do Acordo de Paris.

O antigo primeiro-ministro mantém algum optimismo em relação ao desfecho da conferência e insiste nos exemplos de iniciativas que à margem da negociação do texto principal vão mostrando contributos positivos.

"O empenho muito intenso numa via de reflorestação do planeta é interessante para o restabelecimento do equilíbrio. É um exemplo de uma ideia interessante numa conferência que está a ser frutífera até agora", acentua Santana Lopes no debate semanal de temas europeus na Renascença.

Já António Vitorino considera que as declarações iniciais dos chefes de Estado e de Governo foram encorajadoras e admite que o processo negocial em curso traga naturais avanços e recuos.

"A questão é saber que espécie de texto é apresentado no dia 11 de Dezembro. Se esse texto é suficientemente consensual – imagine o que é consensualizar um texto com 192 países – ou se haverá ainda pontos que exijam por exemplo que os chefes de Estado e de Governo voltem a Paris para fechar um acordo através das negociações que só se podem ter ao mais alto nível", remata o antigo comissário europeu no programa "Fora da Caixa".