“Psiquiatria e Saúde Mental 100/sem Tabus” é o tema do 13º congresso que decorre de 19 a 21 de abril no Parque das Nações, em Lisboa.
Desmistificar tabus e preconceitos que existem em relação à saúde mental é o propósito deste congresso. A provincial das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus admite que “a pessoa com doença mental ainda tem uma elevada carga de estigma associado, quer ao nível da sociedade, quer muitas vezes ao nível da família. E gostaria de acrescentar aqui uma área que me parece importante: também ao nível das instituições de saúde mental e dos próprios profissionais de saúde”.
A Irmã Paula Carneiro diz que “no fundo a doença mental fala-nos de nós próprios, da nossa fragilidade. E eu julgo que aqui é algo de desconhecido e ao ser algo de desconhecido, existe o estigma associado”.
Por isso, esta responsável considera que “há aqui muitas áreas que temos que melhorar o que pensamos, o que conhecemos da pessoa com doença mental e da própria doença”.
Há sobretudo muito a aprender. “Uma das coisas que de facto está provada, é que quanto mais soubermos e conhecermos o que é que a doença mental traz, assim como quais são os sintomas, quais são alguns comportamentos que são expectáveis em determinada doença, aprendemos a lidar melhor e a compreendermos também”.
Em seu entender, “há muitas áreas aqui que ainda temos que nos reconciliar um bocadinho com uma pessoa diferente, porque no fundo todos somos diferentes. E esta tolerância, em termos de sociedade, é fundamental até para vivermos bem uns com os outros e viver o melhor possível com qualidade de vida”.
Esta é a 13ª edição deste evento que se realiza de três em três anos no nosso país,uma organização conjunta das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus.
Estas “são duas instituições centenárias no nosso país e que têm tido uma marca relevante na assistência à pessoa com doença mental a todos os níveis, quer na área do ambulatório, quer nas consultas, quer ao nível de alguma intervenção em crise de curto internamento e médio, quer também na área residencial quando a doença mental é grave, bastante grave e incapacitante, em que necessita de uma estrutura que ajude a estruturar os projectos de vida das pessoas, quer ao nível da reabilitação e da reestruturação social destas pessoas e da inclusão social”, refere a Irmã Paula Carneiro.
A provincial das Irmãs Hospitaleiras acrescenta que estas duas congregações religiosas “têm sido aqui continuadoras de cuidados na área da saúde mental e têm marcado no nosso país com esta marca diferenciadora, de humanização e de ciência simultaneamente. Ou seja, procuramos ser instituições de vanguarda na área da saúde mental e atendendo às novas linhas orientadoras da saúde mental, como também procuramos que para além de todo um atendimento científico e todo um tratamento de acordo com as orientações actuais da saúde mental, possa também aliar o humanismo, a compaixão, a presença, a proximidade que é a nossa marca humanizadora”.