O antigo Presidente Jorge Sampaio anunciou que a Plataforma Global para os Estudantes Sírios está a preparar um reforço do programa de emergência de bolsas de estudos e oportunidades académicas para jovens afegãs.
Num artigo publicado no jornal Público, Sampaio faz um apelo a todos os parceiros da Plataforma, às entidades oficiais, às instituições do ensino superior, centros de estudos e investigação, bem como empresas, fundações, outras organizações e particulares, para que colaborem mais, disponibilizem apoios, oportunidades académicas e profissionais, estágios e vagas para os jovens afegãs.
O antigo chefe do Estado lembra que o programa de bolsas para estudantes sírios, com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação, foi lançado em 2013 pela Plataforma Global para os Estudantes Sírios.
"Entretanto, a Plataforma foi alargando o seu âmbito de atuação para além da crise síria, e hoje trabalha na criação de um Mecanismo de Resposta Rápida para o Ensino Superior nas Emergências (RRM). Neste contexto, está agora a ser preparado, para além de um reforço do programa de bolsas para estudantes sírios, libaneses e outros, um programa de emergência de bolsas de estudo e de oportunidades académicas para jovens afegãs", adianta.
No artigo, sublinha que não se pode responder às crises humanitárias "ao sabor de modas e ignorá-las por razões de cansaço, enfado ou indiferença".
"A crise síria no Iémen, no Haiti, no Tigray, no Sudão, no Sudão do Sul, na Somália, em Cabo Delgado ou a atual situação no Afeganistão, para citar apenas alguns exemplos, atingem homens, mulheres, jovens e crianças com a mesma gravidade, igual força e idêntica desesperança", salientou.
De acordo com Jorge Sampaio, importa intervir sempre no completo respeito pelos princípios da humanidade, neutralidade, independência e imparcialidade, subjacentes à atuação humanitária, seja em que domínio, setor ou local se trate.
Lembra também que a experiência dos últimos sete anos com a integração de estudantes sírios tem mostrado ser duplamente benéfica para os estudantes e para as comunidades de acolhimento que desta forma se renovam, dinamizam e reforçam o seu potencial criativo e produtivo.
Desde que ocuparam o poder em Cabul a 15 de agosto, os talibãs têm tentado convencer a população de que mudaram e que o seu regime será menos brutal que o anterior, entre 1996 e 2001. O movimento extremista tem afirmado que respeitará os direitos das mulheres e que elas poderão trabalhar e estudar, assim como que os meios de comunicação social serão independentes e livres.
Mas isto não faz diminuir o fluxo dos quem não acredita nestas promessas e tentam partir a todo o custo.