O Presidente russo garantiu, esta quarta-feira, um maior apoio às forças armadas do país e prometeu recorrer a "armamento nunca antes visto". No final de uma reunião com altas patentes militares, afirmou ainda que a Rússia vai melhorar a "prontidão" do seu armamento nuclear.
No seu discurso, Vladimir Putin sublinhou que a "Rússia vai aumentar o seu potencial militar" e que dará às suas forças armadas "tudo aquilo que precisem", não olhando a custos financeiros para o garantir.
"As forças armadas e as suas capacidades de combate estão a aumentar constantemente e de dia para dia. E claro, vamos continuar a desenvolver este processo."
O Presidente da Rússia realçou ainda que o país está a "melhorar a prontidão" das suas armas nucleares, apontando para a disponibilidade dos mísseis interbalísticos SARMAT. Cada um destes mísseis é capaz de transportar, por exemplo, até 15 ogivas nucleares leves.
Putin garantiu que os novos mísseis hipersónicos Satan II estarão prontos a ser usados na guerra "no início de janeiro".
"Hoje os principais países da NATO estão todos a combater contra a Rússia", sublinhou o líder russo, que afirmou ainda zelar pela "segurança dos cidadãos russos".
Forças armadas da Rússia vão contar com mais 500 mil militares
No mesmo encontro, o ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu, comunicou a expansão do corpo militar russo. As forças armadas passariam de um milhão para 1,5 milhões de militares.
Shoigu propôs ainda aumentar a faixa etária de serviço militar obrigatório até aos 30 anos. Atualmente, o intervalo cobre os cidadãos russos entre os 18 e os 27 anos.
Entre as forças armadas russas, Putin confirmou que se devem contar ainda quase 700 mil soldados voluntários.
Ainda esta quarta-feira, Moscovo anunciou um novo campo de gás natural na Sibéria, de modo a aumentar as exportações deste combustível para a China, num momento em que a União Europeia procura tornar-se autónoma e desligar-se da Rússia em matéria de abastecimento de energia.
Numa quarta-feira de coincidências, Dimitri Medvedev, antigo Presidente russo, encontrou-se com Xi Jinping, segundo a agência Lusa. O chefe de Estado chinês pediu "moderação" e diálogo" na guerra na Ucrânia e salientou a "posição objetiva e justa" do país asiático em relação ao conflito.
Xi afirmou ainda que a guerra entre Ucrânia e Rússia é "muito complexa" e que a Pequim está disposta a "resolver os problemas que enfrenta por meio de negociações de paz".
Zelensky visita Washington à procura de maior apoio dos norte-americanos
Os anúncios do líder russos surgem num dia em que o homólogo ucraniano visita Washington D.C. É a primeira vez que Volodymyr Zelensky viaja para fora da Ucrânia desde o início da guerra no país.
A visita do governante vai incluir um discurso perante o Congresso, no Capitólio, e uma reunião com o Presidente norte-americano, Joe Biden. Esta viagem ocorre num momento em os EUA se preparam para enviar mísseis terra-ar Patriot à Ucrânia.
Por outro lado, os congressistas também se preparam para votar um pacote de gastos de fim de ano, que inclui cerca de 45 mil milhões de dólares (cerca de 42 mil milhões de euros) em assistência de emergência à Ucrânia.
Esta medida, caso seja aprovada, será a maior injeção de assistência à Ucrânia pelos EUA e a garantia de que o financiamento possa fluir para o esforço de guerra nos próximos meses.