O ministro das Finanças, Fernando Medina, garantiu esta sexta-feira que “não há urgência” na privatização da TAP, numa transação de “grande dimensão” que deverá demorar vários meses e que, segundo o governante, não deverá estar concluída este ano.
“A nossa perspetiva é, acima de tudo, assegurar um processo de privatização que reforce o papel estratégico da TAP na economia portuguesa, […] nós não estamos a fazer esse processo de privatização por uma necessidade urgente de redução da dívida pública, por exemplo, não estamos a fazer por uma matéria urgente da economia do país”, disse Fernando Medina.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, o governante português apontou que o processo de privatização da TAP “não estará certamente concluído dentro do ano de 2023”.
“Isso nunca esteve nos planos do Governo”, garantiu, apontando que esta privatização será feita “na convicção de que este é o caminho que mais protege o país e que mais pode fazer com que a TAP cresça no seu contributo para a economia nacional”.
De acordo com Fernando Medina, este é também “um processo de enorme importância e de grande sensibilidade, de grande importância estratégica para o futuro e, por isso, vai correr dentro do seu tempo e dos seus moldes”.
“É uma transação de uma grande dimensão para qualquer padrão […] e, por isso, vai demorar alguns meses”, estimou, escusando-se a especificar um calendário, nomeadamente, para o lançamento do concurso de apresentação de propostas.
Certo é que isso só acontecerá após a aprovação do decreto-lei relativo ao processo e, segundo o ministro das Finanças, isso será feito “o mais breve possível”, após avaliações à empresa.
“O tempo é o tempo que é necessário para fazer uma privatização de forma transparente e natural, de como a lei determina, e para que possamos ter várias propostas e reforçar o papel negocial do Estado ao longo de todo o processo, para que tenhamos, para o país, os resultados que queremos obter”, adiantou Fernando Medina à imprensa em Bruxelas.
A posição surge depois de, na quinta-feira, o governante ter estimado que o processo de privatização da TAP dure “vários meses”, tendo já começado com um requisito prévio, e vincou que o foco é o “futuro estratégico” da companhia aérea de bandeira.
O Governo pretende avançar com o processo de privatização da TAP após a sucessão de vários casos relacionados com a gestão da empresa e que motivaram a constituição desta comissão de inquérito.