O Papa Francisco apontou, esta quinta-feira, na homília da missa exequial pelo Sumo Pontífice emérito Bento XVI, o seu testemunho e impulsionou os cristãos a seguirem as suas pegadas na difusão e testemunho do Evangelho.
“Também nós, firmemente unidos às últimas palavras do Senhor e ao testemunho que marcou a sua vida, queremos, como comunidade eclesial, seguir as suas pegadas e confiar o nosso irmão às mãos do Pai: que estas mãos misericordiosas encontrem a sua lâmpada acesa com o azeite do Evangelho, que ele difundiu e testemunhou durante a sua vida”, disse o Papa.
Francisco destacou a consciência de Bento XVI de não poder “carregar sozinho aquilo que nunca poderia sustentar sozinho” e saber “abandonar-se à oração e ao cuidado do povo que lhe está confiado”
Referindo-se à multidão reunida na Praça de São Pedro para o último adeus a Bento XVI, Francisco assinala que “é o Povo fiel de Deus que, congregado, acompanha e confia a vida de quem foi seu pastor”.
“Como as mulheres do Evangelho no sepulcro, estamos aqui com o perfume da gratidão e o unguento da esperança queremos fazê-lo com a mesma unção, sabedoria, delicadeza e dedicação que ele soube dispensar ao longo dos anos”, reforçou.
Já no final, Francisco desejou a “Bento XVI que junto de Deus a sua alegria “seja perfeita, escutando definitivamente e para sempre a sua voz!”.
A homília do Papa, plasmada por várias citações de Bento XV, retiradas da encíclica “Deus caritas est”, da homília da missa crismal de 13 de abril de 2006 e da homília da missa do início do Pontificado, centrou-se nas últimas palavras de Cristo na cruz - «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito».
Francisco destacou ser este o “convite e o programa de vida
que inspira pretende modelar, como um oleiro, o coração do pastor até que
palpitem nele os mesmos sentimentos de Cristo Jesus: dedicação agradecida,
dedicação orante e dedicação sustenta pela consolação do Espírito”.
Bento XVI vai ser sepultado, por seu desejo expresso, na Cripta da Basílica de São Pedro, no túmulo que recebeu São João Paulo II, antes de o Papa polaco ser transferido para uma capela perto da ‘Pietà’ de Michelangelo, após a sua canonização.