O Ministério Público parisiense abriu, esta sexta-feira, um inquérito preliminar para apurar se o
milionário norte-americano Jeffrey Epstein cometeu crimes sexuais com menores de origem francesa no país e no estrangeiro.
O gabinete do procurador Remy Heitz anunciou, em comunicado enviado à imprensa, que a investigação preliminar se baseia em "elementos transmitidos" à procuradoria e "troca de informações com as autoridades judiciais norte-americanas".
Ainda não foram adiantos quaisquer detalhes da investigação que envolve informações sobre menores de 15 anos e mais velhos.
O investidor norte-americano era titular de uma propriedade imobiliária em Paris, para onde viajava frequentemente.
Príncipe André debaixo de fogo
O príncipe André, duque de York, terá recebido massagens nos pés de duas jovens russas no apartamento de Epstein. A informação foi revelada numa alegada troca de emails entre o escritor Evgeny Morozov e John Brockman, o seu agente.
As mensagens foram publicadas pelo próprio Morozov na revista New Republic.
Esta semana, o príncipe André, filho da rainha Isabel II, revelou-se chocado por terem sido reveladas imafes em que aparece na mansão de Epstein, em Nova Iorque.
As imagens de 6 de dezembro de 2010 mostram o monarca a despedir-se de uma jovem mulher sem, no entanto, se expor demasiado, sendo visível através da porta semiaberta.
"O duque de York está chocado pelas recentes revelações sobre os crimes cometidos por Jeffrey Epstein. Sua alteza despreza a exploração de qualquer ser humano e a insinuação de que ele perdoa, participa ou encoraja qualquer tipo de comportamento relacionado é horrível", referiu o Palácio de Buckingham, em comunicado.
Jeffrey Epstein, o milionário suspeito de liderar uma rede de tráfico sexual e de abusos de menores, foi encontrado morto na sua cela no início do mês.
Uma autópsia concluiu que a causa da morte do milionário, de 66 anos, foi um suicídio por enforcamento.
Epstein, que foi detido a 6 de julho, declarou-se inocente das acusações de tráfico sexual envolvendo dezenas de raparigas menores de idade, entre 2002 e 2005.
O novo caso veio a público uma década depois de Jeffrey Epstein se ter declarado culpado de lenocínio na Florida.