Donald Trump deu esta segunda-feira luz verde à tentativa de aquisição do TikTok pela norte-americana Microsoft, dois dias depois de ter ameaçado proibir a app chinesa no país, dizendo que não tem "objeções" ao potencial negócio.
Falando a partir da Casa Branca, o Presidente dos EUA disse que, a menos que a Microsoft ou outra empresa comprem a popular aplicação de smartphone, o serviço será encerrado em todo o território norte-americano a 15 de setembro.
Trump acrescentou ainda que o Departamento do Tesouro dos EUA precisará de receber muito dinheiro em troca do acordo, embora sem especificar como tal se processaria.
No último sábado, o Presidente norte-americano fez saber que iria proibir a rede social chinesa TikTok no país por motivos de segurança nacional. “Tenho essa autoridade. Posso fazê-lo com uma ordem executiva”, sublinhou.
Em resposta, no domingo, a rede social chinesa no país (mas com sede em Nova Iorque) fez um vídeo, que foi colocado na sua página do Twitter, onde avisa Donald Trump de que não tem planos de “ir a lado algum”.
Na gravação, a diretora-geral da TikTok agradece aos milhões de norte-americanos que utilizam esta aplicação diariamente. Vanessa Pappas disse que a empresa está orgulhosa dos 1.500 trabalhadores que tem no país e que pretende criar outros 10 mil empregos durante os próximos três anos.
“Tiktok é o lugar de criadores e artistas para expressar as suas ideias e se ligarem com pessoas de diferentes origens. Estamos orgulhosos de todos os que consideram a TikTok o seu lugar”, salientou no vídeo.
No início deste mês, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, já sugerira que o Governo estava a pensar restringir o acesso à TikTok em solo norte-americano, dada a possibilidade de Pequim estar a usar a rede social como um meio de monitorização e distribuição de propaganda.
A TikTok é uma rede social desenvolvida pela ByteDance na qual vídeos curtos são partilhados, com grande sucesso entre o público adolescente, mas, ao mesmo tempo, levanta grandes dúvidas quanto à segurança dos dados de utilizadores e vínculos com o Partido Comunista Chinês.
Além da guerra comercial entre os dois países, a tensão entre os EUA e a China aumentou nos últimos meses, alimentada pela pandemia do novo coronavírus, levando mesmo ao fecho de embaixadas.