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Os autarcas transfronteiriços da região de Trás-os-Montes pedem soluções mais eficazes no controlo de fronteiras e avisam que mais duas semanas de restrições à circulação entre Portugal e Espanha vão repercutir-se em constrangimentos, sobretudo para as atividades económicas.
No caso de Chaves, o presidente da Câmara diz que a manutenção do encerramento por mais 15 dias da fronteira com o município vizinho de Verin, do lado espanhol, “tem impactos económicos significativos, muito mais numa região transfronteiriça com uma Euro-cidade comum”.
Para Nuno Vaz, “isto significa a paralisia da região, é, mesmo, uma negação daquilo que é uma ideia de uma euro-região”. Acrescenta que “era importante que, no futuro, se encontrassem soluções que em nada fossem parecidas com o que era a fronteira antes da integração europeia, antes deste espaço comum, porque na prática, o que está a acontecer, é uma negação completa”.
O autarca flaviense admite que nas Euro-regiões poderia haver um conceito mais lato de fronteira, sem perder de vista o princípio da defesa da saúde pública.
Nuno Vaz considera, mesmo, que deveria ser encontrada uma solução que servisse os residentes dos dois lados da fronteira, permitindo-lhes “circular sem limitações, sem fechar as fronteiras da forma como se fecham”, dando igual liberdade de circulação aos trabalhadores transfronteiriços.
"Mais duas semanas de atividade inexistente é impraticável"
No concelho de Bragança está uma das mais importantes fronteiras do país. Quintanilha está a receber todo o tráfego automóvel de Trás-os-Montes que se dirige para Espanha, uma vez que é o único ponto de passagem permanente na região.
Para o autarca de Bragança, o encerramento por mais duas semanas das fronteiras com Espanha, na sequência da renovação do estado de emergência, “é penalizador”, uma vez que o transito que circula é, essencialmente, de veículos pesados de mercadorias e de trabalhadores transfronteiriços, alguns deles obrigados a fazer percursos com mais quilómetros.
Hernâni Dias reconhece que as populações de Miranda do Douro, Mogadouro, Vinhais e outros municípios com grande proximidade a Espanha são as que estão em pior situação.
Muitos são os trabalhadores “que são obrigados a fazer centenas de quilómetros, sobretudo trabalhadores transfronteiriços, que antes do estado de emergência faziam 40 quilómetros e agora fazem 300, com tudo que isso implica, em termos de tempo e gastos”.
Para o mesmo responsável, mais 15 dias de encerramento de fronteiras cria problemas, sobretudo na dinâmica da economia da região.
“Mais duas semanas de atividade inexistente é impraticável, penalizador e são problemas acrescidos.”
Hernâni Dias espera que neste novo estado de emergência possa haver uma indicação de que as fronteiras venham a ser abertas. “As queixas de empresas e população têm sido muitas”, reconhece o autarca.