A contraproposta dos sindicatos médicos seguiu esta sexta-feira para o Ministério da Saúde. A FNAM e o SIM rejeitam as medidas propostas pelo Governo para resolver os problemas das urgências.
“Esta contraproposta é, na prática, o desmontar de uma suposta proposta de solução que era uma não solução, já que tem tantas restrições que acaba por nem sequer responder ao problema das urgências”, explica à Renascença Jorge Roque da Cunha, presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Roque da Cunha confirma que a contraproposta seguiu ao início da tarde, via email. “Sem um tratamento global do problema dificilmente se ultrapassa uma década e meia de subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde”, defende.
O presidente do SIM concretiza os pontos da discórdia com o plano do Governo, proposto pela ministra da Saúde, Marta Temido.
Os sindicatos consideram que “não é admissível que o Governo pense que esta é uma solução conjuntural, relacionada com os meses do verão” e adverte que, “se nada for feito, a situação vai agravar-se”.
Por outro lado, “não é admissível que o Governo admita fazer o pagamento das horas extra no serviço de urgência a partir da 151ª hora. Deve fazê-lo a partir da primeira hora”, atira Roque da Cunha.
“Finalmente, não faz qualquer sentido pôr um plafond estabelecido pelo Governo com o que foi despendido em 2019, em que havia mais médicos e menos necessidade de horas extraordinárias”, defende o presidente do SIM nestas declarações à Renascença.
O SIM e a FNAM insistem no reforço do financiamento do Serviço Nacional de Saúde.
Do lado do Sindicato Independente dos Médicos seguiu hoje um pedido de audiência ao ministro das Finanças, Fernando Medina, que rejeitou que o problema da falta de médicos nas urgências seja por questões financeiras.
Roque da Cunha quer “transmitir a realidade do SNS”, porque os problemas não se limitam a uma “questão de idade, de feriados e especificamente da obstetrícia”.