“Cruel” e “imoral” é desta forma que a antiga primeira dama Laura Bush classifica a atual política de imigração dos Estados Unidos da América.
Num artigo de opinião publicado, esta segunda-feira, no Washington Post, a mulher de George W. Bush, o último presidente republicano antes de Donald Trump, escreveu que vive num estado fronteiriço e compreende a necessidade de reforçar e proteger as fronteiras norte-americanas. Mas acrescenta: “Esta política de tolerância zero é cruel. É imoral. Parte-me o coração”.
No mês passado, o procurador-geral norte-americano anunciou um plano de “tolerância zero” para os imigrantes que atravessam a fronteira do México sem documentação.
Desde então, aumentaram as detenções na fronteira entre os EUA e o México e mais de 600 crianças foram separadas dos pais, indicaram os Serviços de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
“O nosso governo não deve armazenar crianças em lojas ou fazer planos para as colocar em tendas no deserto”, escreve ainda Laura.
O tema está em debate na atualidade norte-americana, especialmente porque este domingo se celebrou o Dia do Pai nos EUA. Vários democratas protestaram junto a centros de detenção de imigrantes em Nova Jérsia e no Texas, contra as medidas da administração Trump para separar as crianças dos pais na fronteira EUA-México.
Também este domingo, uma porta-voz de Melania Trump disse à CNN que a primeira dama “odeia ver crianças separadas das famílias” e espera que os legisladores de ambas as partes consigam chegar a um acordo para a reforma da imigração.