O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) diz que o Governo permitir a contratação de médicos de outras especialidades para funções de médico de família é "um ataque à carreira médica".
À Renascença, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, classifica a medida como "estranha, perigosa e uma falta de respeito para os portugueses".
"Não é possível, é regredir no tempo", acrescenta.
Em causa está o ponto 9 do Artigo n.º 206 da Lei do Orçamento de Estado 2022, que refere que "enquanto não houver condições para assegurar médico de família a todos os utentes", o Serviço Nacional de Saúde pode "a título excecional" celebrar contratos "com médicos habilitados ao exercício autónomo da profissão".
Para além de contestar a medida, o SIM pediu a convocação de um Fórum Médico da Medicina Geral e Familiar para "uma pública e conjunta tomada de posição das organizações médicas".
Jorge Roque da Cunha confirmou à Renascença que o bastonário da Ordem dos Médicos convocou o encontro para a próxima segunda-feira.
O secretário-geral do SIM indicou ainda que espera, "ainda em julho", negociar formalmente com o Governo.