A solidariedade dos benfeitores da fundação AIS voltou a superar todas as expectativas, anunciou hoje a instituição. Segundo o relatório anual, divulgado esta quinta-feira, em 2016 os donativos atingiram os 128 milhões de euros, três milhões só em Portugal.
Em comunicado a Ajuda à Igreja que Sofre agradece a generosidade de quem contribuiu, lembrando que este apoio se tem revelado “crucial”, ainda mais nas regiões onde os cristãos têm sido “particularmente atingidos por guerras, violência e terrorismo”. No Iraque, por exemplo, quase metade da ajuda que ali chega “é fornecida através da AIS”.
Para além do Médio Oriente, também África tem sido uma prioridade da AIS, que já encaminhou 27,5% de ajudas para aquele continente, e mantém activa uma Campanha de Solidariedade, a nível internacional, para os países africanos. As ajudas estendem-se à Europa Central e de Leste e à Ásia, num total de 148 países.
A fundação sublinha que apesar desta “cadeia de solidariedade” estar a crescer “de ano para ano”, continua a ser “insuficiente para dar resposta a todos os apelos que chegam dos quatro cantos do mundo”. No total, em 2016 a AIS apoiou 5.303 projectos, mas recusou 2.109, por falta de verbas disponíveis.
Em muitos países o apoio que assegura é “imprescindível para a sobrevivência do clero e das comunidades religiosas”. O relatório indica que já foram ajudados mais de 43 mil sacerdotes em África e na Ásia, 11 mil religiosas e quase 11 mil seminaristas. Aliás, segundo a AIS, “1 em cada 11 seminaristas no mundo é apoiado directamente através da fundação”.
O ano de 2016 ficou também marcado pela Campanha da Misericórdia, promovida a nível internacional pela fundação AIS a pedido expresso do Papa Francisco, uma campanha que se materializou em projectos concretos em países como o Líbano, a Colômbia, a República Centro-Africana e a Índia. Ao todo, o ano passado foram apoiados 1.222 projectos de construção e foram entregues 765 meios de transportes a sacerdotes e religiosas, especialmente em África e na Ásia.
Os donativos têm sido aplicados de várias formas: para ajudar à construção ou reconstrução de seminários, capelas, igrejas e catedrais, destruídos por causa da guerra ou de actos terroristas, ou por calamidades naturais. A AIS também assegura apoio diário na subsistência a milhares de cristãos que foram forçados a abandonar as suas casas por causa do terrorismo e do radicalismo religioso.
Fundada em 1947 pelo Padre Werenfried van Straaten, que se inspirou na mensagem de Fátima, a Fundação AIS é uma organização dependente da Santa Sé que tem como objectivo apoiar projectos de cunho pastoral em países onde a Igreja Católica passa por maiores dificuldades.