FESAP ameaça Montenegro com “verão quente”
20-03-2024 - 15:49
 • Susana Madureira Martins

Federação de Sindicatos da Função Pública não coloca de parte entrar num período de greves e de luta já este ano se o novo governo, que ainda nem entrou em funções, não garantir que o aumento de salários e a valorização das carreiras vai manter-se.

O secretário-geral da Federação de Sindicatos da Função Pública (FESAP) ameaça com greves e protestos de rua se o futuro governo liderado por Luís Montenegro não der a garantia de que a valorização de salários de diversas carreiras é para continuar.

Ainda nem há primeiro-ministro indigitado ou elenco de Governo e José Abraão, dirigente sindical de uma estrutura afeta à UGT, exige não só que o atual acordo com a Função Pública seja cumprido, mas “melhorado”. Ou seja, “os salários têm de continuar a aumentar”.

Em declarações à Renascença, José Abraão, que é também membro da Comissão Política do PS, avisa que é preciso “ter presente que se não houver um grande esforço de negociação e melhoria dos acordos, entretanto, celebrados”, a resposta será “inevitavelmente o protesto de rua, antevendo um verão que será quente e um outono ainda mais quentinho”.

O dirigente sindical dá o benefício da dúvida ao novo governo da AD, diz que pode contar “com os sindicatos para reforçar a negociação coletiva”, mas “caso ela não aconteça, já conhecemos e sabemos como responder: a luta está sempre em cima da mesa, seja pela greve, seja pelo protesto”.

Não há propriamente um corte antecipado com o futuro Governo, mas Abraão avisa desde já que “das duas uma, ou temos aqui um grande esforço de diálogo, compreensão e negociação para resolver a valorização dos salários” ou não há garantia de paz social. ”Da nossa parte, estamos sempre disponíveis para negociar”, conclui.

Fica ainda um aviso de Abraão para o PS. “A oposição tem de ouvir também mais os sindicatos. Se assim não for, é a luta e o protesto organizado por intermédio dos sindicatos”, avisa.

O dirigente sindical alerta as oposições e os sindicatos tradicionais que é preciso dar respostas para “evitar potenciar condições para o protesto inorgânico, que não serve nada nem ninguém”. E essa responsabilidade é dos sindicatos, “mas também é do governo e dos partidos da oposição”, conclui José Abraão.