José Rocío, pai de Julen, o menino espanhol de dois anos que caiu num poço - um furo de prospeção de água - com mais de 100 metros de profundidade, em Totalán, na região de Málaga, queixou-se, numa entrevista, pela demora da operação de resgate.
"Muitos 'tweets' de apoio, muitos votos, mas nenhuns meios. Você sabe o que é estar 30 horas à espera que o seu filho seja tirado de um poço?", desabafou Rocío.
O pai queixou-se da demora na reação das autoridades e de uma alegada lentidão nas operações, lamentos que podem ser entendidos à luz do desespero que, compreensivelmente, o afeta e a toda a família, mas também o alcaide de Totalán, Miguel Ángel Escaño, criticou o modo como a operação demorou a ser desencadeada.
"O que está a ser feito não é adequado. Não se fez um diagnóstico da área", disse o autarca, em entrevista à cadeia radiofónica Cope, sublinhando que "há expectativa de que a criança ainda esteja com vida e cada minuto que passa é uma perda importante".
Escaño diz que há na Europa empresas com equipamentos que não existem na Andaluzia e que seriam úteis na operação, pelo que apelou à colaboração do ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, para que a Unidade Militar de Emergência possa transferir esses recursos.
Nesta altura, a operação em curso passa por escavar um poço lateral de forma a que se possa chegar ao nível onde, no outro poço, se supõe que esteja a criança.
O plano de resgate previa três opções: escavar um furo paralelo com a mesma profundidade e um metro e meio de diâmetro - o suficiente para caber uma pessoa; fazer uma escavação a céu aberto, de forma perpendicular ou diagonal, desde a superfície do furo; e recorrer a maquinaria potente para extrair a terra encontrada a 73 metros de profundidade. A primeira foi a escolhida.
Julen, de dois anos, está preso num poço com 110 metros de profundidade e 20 centímetros de diâmetro, desde domingo.