O bispo greco-católico Bogdan Dziurak manifestou gratidão pela iniciativa do Papa Francisco consagrar a Rússia e a Ucrânia, espera que termine o “sentimento de ódio” e os dois povos possam construir o futuro como “bons vizinhos”.
“Não queremos nenhum mal aos nossos vizinhos, aos nossos irmãos e irmãs que vivem em qualquer país, também na Rússia. Queremos construir o futuro como bons vizinhos, com todo o respeito, no espírito do amor evangélico”, disse D. Bogdan Dziurak à Agência ECCLESIA, em Bratislava, onde terminaram este domingo, as III Jornadas Sociais Católicas Europeias.
Em declarações registadas pela delegação de Portugal nas jornadas sociais promovidas pela COMECE, o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), e a Conferência Episcopal Eslovaca, o bispo ucraniano referiu-se a Fátima como “sinal de esperança”.
“Nossa Senhora de Fátima é um grande sinal de esperança para toda a Europa, para o nosso povo. Se agora temos de sofrer, sabemos que a mensagem de Fátima termina com esperança, com vitória. Não vitória das armas, de meios humanos, mas da graça divina, da oração, da penitência”, afirmou.
D. Bogdan Dziurak, bispo da comunidade greco-católica na Alemanha e na Escandinávia, disse estar “muito grato ao Santo Padre” pela a iniciativa de consagrar a Ucrânia e a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, na próxima sexta-feira, dia 25, quando a liturgia católica assinala a solenidade de Anunciação do Senhor.
Estou muito grato ao Santo Padre por esta iniciativa, por chamar todo o mundo à oração pela Rússia e pelo povo ucraniano em sofrimento. E especificamente pela Rússia: devemos rezar para que este povo se livre da mentira, do sentimento de ódio em relação aos vizinhos e comece a repensar a própria história, a repensar também as ações danosas, não só em relação aos vizinhos e à humanidade inteira, mas em primeiro lugar em relação a si mesma”, afirmou.
O bispo greco-católico agradeceu também a solidariedade e proximidade dos povos europeus, nomeadamente de Portugal, pela “ajuda generosa” que estão a dar aos refugiados e o acolhimento em vários países europeus.
“Que possam encontrar em Portugal a segunda Pátria. Não sabemos por quanto tempo, mas é importante que sejam acolhidos de braços abertos, com os braços de uma família. Quero, em nome de todos os refugiados, dizer o nosso profundo e cordial obrigado”, sublinhou.
Para D. Bogdan Dziurak, a Ucrânia está a viver a “Sexta-feira Santa” na expectativa de uma Páscoa que será um dia de “esperança e da alegria para toda a Europa”.
O bispo ucraniano manifestou também esperança na “coragem e determinação” dos dos soldados, mulheres e homens, pessoas civis e políticos, que defendem “todos em conjunto” a dignidade, a pátria e o futuro da Ucrânia.