O número de votos de emigrantes nas eleições legislativas de 10 de março aumentou para quase 300 mil, segundo dados recolhidos até sexta-feira pela Administração Eleitoral.
De acordo com o relatório oficial, foram recebidas até sexta-feira 299.322 cartas com votos de eleitores residentes no estrangeiro, que deverão começar a ser contados a partir desta segunda-feira. Estes representam quase 20% dos 1.541.464 eleitores dos dois círculos no estrangeiro -- Europa e Fora da Europa - que optaram por votar via postal.
A estes somam-se mais 5.283 que se inscreveram para votar presencialmente em mais de 100 locais de voto.
A percentagem de votos, a rondar os 20%, é superior aos 14,49% de votos recebidos no mesmo período nas eleições legislativas de janeiro de 2022 e pode decidir o resultado final do ato eleitoral, uma vez que a coligação Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) elegeu 79 deputados e o PS 77 na votação de domingo passado.
Só depois de conhecidos os resultados totais, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitará o novo primeiro-ministro.
Nas legislativas, a Aliança Democrática obteve uma vitória tangencial, com 29,5%, com o Chega a ser a terceira força mais votada, com 48 parlamentares, seguindo-se a Iniciativa Liberal (oito mandatos), o BE (cinco), o Livre e a CDU (quatro cada) e o PAN (um).
A maioria dos votos recebidos são provenientes da Europa (230.731, ou 77%), seguida da América (57.345, 19%), da Ásia e Oceânia (9.396, 3%) e de África (1.850, 1%). Os países de residência com mais cartas recebidas são França, com mais de 85 mil, Suíça com mais de 48 mil e Brasil e Reino Unido com cerca de 35 mil.
Mais de 1,5 milhões de cartas com os boletins de voto foram enviadas para 189 destinos a partir de 4 de fevereiro e os votos começaram a chegar a Portugal em 20 de fevereiro. Segundo a Administração Eleitoral, até sexta-feira foram devolvidas 106.950 cartas (6,94% do total enviado), enquanto em 2022 tinham sido devolvidas 142.408 (9,37%) no mesmo período.
A Europa domina, com 101.016 cartas devolvidas (95%). Destinatário "desconhecido" é a principal causa da devolução (59,45%), seguida de "não reclamado" (17,21%).
Os votos dos emigrantes, que elegem quatro deputados - dois pela Europa e dois pelo círculo Fora da Europa - vão começar a ser contados na segunda-feira, no Centro de Congressos de Lisboa, numa operação que decorre até quarta-feira, quando serão conhecidos os resultados.