O comentador e colunista Sebastião Bugalho defende que “precisamos de soldados da fé”. “Precisamos de gente sem medo de ser católica, sem medo de defender a Igreja, as comunidades paroquiais, aquilo que fazem e representam”, disse, esta quarta-feira, na primeira sessão do ciclo de conversas “E Deus em nós?”, moderadas pela jornalista Maria João Avillez.
Para o analista político, Portugal “não pode ser o país onde o Governo acaba muito sovieticamente com os contratos de associação, porque o Estado é laico, e depois vai a Fátima, porque o Papa está cá e estão todos na primeira fila”.
Durante a conversa, centrada sobretudo na sua relação com Deus e com a Igreja, o comentador televisivo de 27 anos recordou o dia da sua primeira comunhão, falou sobre a relação “de profunda gratidão” com Deus e sublinhou que é "melhor pessoa por causa da fé”.
A propósito do Sínodo dos Bispos, atualmente em curso, disse ainda que “a Igreja, incluindo a Igreja portuguesa, não tem medo dos seus erros”. “Isso é muito católico, muito cristão. É um ato de coragem”, sublinhou.
“Não tenho interesse nenhum em ir a votos”
Questionado sobre a possibilidade de se candidatar a um cargo político, Sebastião Bugalho afirmou que “essa é uma porta fechada”.
“Não tenho interesse nenhum em ir a votos, porque os deputados neste País não existem. Se for para a rua e perguntar: ‘Diga-me o nome de sete deputados?’, ninguém sabe. Os deputados não existem, não interessam”, considerou. “Somos uma democracia representativa, onde os representantes não existem.”
Ao longo da entrevista, em que, por diversas vezes, assumiu que se considera “muito bom” no que faz, Sebastião Bugalho frisou, ainda, o papel que a família teve na sua vida espiritual.
“Os meus pais ensinaram-me a fazer perguntas e a conversar. A minha mãe [a escritora Patrícia Reis] nunca me disse que não a um livro”, contou. “Além de me terem posto no mundo, os gestos de maior grandeza dos meus pais para comigo estiveram todos associados à fé.”