Governo Federal da Suíça vai considerar o Hamas grupo terrorista
22-11-2023 - 16:05
 • Lusa

As posições adotadas pelos principais partidos do país não deixam grandes dúvidas quanto ao resultado da votação.

O Governo Federal suíço decidiu proibir o movimento palestiniano Hamas através de um projeto de lei apresentado ao Parlamento que vai ser votado em 2024, indica esta quarta-feira um comunicado oficial.

O Conselho Federal (Governo) "decidiu redigir a lei com o objetivo de proibir o Hamas, considerando que esta opção é a melhor solução para a situação que se vive desde 7 de outubro no Médio Oriente" e para os ataques sem precedentes do movimento em território israelita.

Em outubro, quatro dias após o ataque, que fez 1200 mortos, sobretudo civis, do lado israelita e cerca de 240 reféns, o Conselho Federal "considerou que o Hamas deve ser classificado como organização terrorista".

"Esta lei vai dar às autoridades federais os instrumentos adequados para combater quaisquer atividades do Hamas ou o apoio a esta organização na Suíça", explicou o Governo no comunicado de imprensa.

As posições adotadas pelos principais partidos do país não deixam grandes dúvidas quanto ao resultado da votação.

O SVP (direita radical), o maior partido do país, que consolidou ainda mais a posição nas eleições legislativas de 22 de outubro, tinha defendido fortemente esta medida, tal como as organizações judaicas do país.

A União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, consideram o Hamas "organização terrorista".

Os diferentes ministérios suíços envolvidos no processo devem apresentar um projeto de lei federal até ao final de fevereiro de 2024.

Após o ataque de 7 de outubro, Israel retaliou bombardeando incessantemente a Faixa de Gaza, que também está sob um bloqueio quase total.

O governo do Hamas anunciou na terça-feira que 14 128 palestinianos tinham sido mortos pelos bombardeamentos israelitas desde 7 de outubro.

Entre os mortos até à data contam-se 5.840 crianças e 3.920 mulheres, segundo o governo palestiniano do Hamas.

Outras 33.000 pessoas ficaram feridas.