Hospital de S. João já opera doentes de outras seis unidades hospitalares
01-11-2023 - 15:47
 • Filipa Ribeiro

A falta de médicos está a condicionar o funcionamento de 38 hospitais no país. Médicos em Luta alertam para a “tragédia” que poderá ser o mês de novembro.

O hospital de São João, no Porto, já opera doentes de outras seis unidades hospitalares, adianta a porta-voz do movimento Médicos em Luta, à Renascença.

Praticamente todos os hospitais do país têm serviços afetados pela falta de médicos.

De acordo com os Médicos em Luta os serviços de urgência de obstetrícia, pediatria, cardiologia e medicina interna são os mais afetados pela falta de profissionais.

Susana Costa, porta-voz do movimento Médicos em Luta, faz a lista dos hospitais com problemas.

“São quase todas as unidades do país desde o de Almada, Amadora, Sintra, Aveiro, Barcelos, Barreiro, Braga o hospital de Bragança, Castelo Branco, Caldas da Rainha e Torres, Vedras, Coimbra, Leiria, Covilhã, Évora, Famalicão e Santo Tirso, Faro, Figueira da Foz, Vila Nova de Gaia, Guimarães, Guarda Leiria, o Centro hospitalar Lisboa Central e o Centro hospitalar de Lisboa Oriental, e o Centro Hospitalar de Lisboa Norte De Santa Maria, também hospital de Loures, Matosinhos, Penafiel, Portalegre, Elvas, Portimão, o hospital de São João, o Hospital de Santo António, da Póvoa de Varzim, de Santa Maria da Feira, e de Santarém. Ainda o de Viana do Castelo e Ponte de Lima, Vila Franca de Xira, de Vila Real, Chaves, Lamego e Hospital de Viseu”, explica.

Susana Costa sublinha que o pior de tudo é que há uma rede hospitalar para que todo os serviços de urgência trabalhem em rede.
A porta-voz dos Médicos em Luta diz que, por exemplo, o hospital de São João já está a atender doentes cirúrgicos de seis outras unidades hospitalares.
“Não só demora muito mais o tratamento do doente cirúrgico como representa uma sobrecarga enorme para um hospital que, por si só, já tem equipas de urgências reduzidas”, continua.
A porta-voz do movimento acrescenta que “se por norma os meses de novembro e dezembro já são um caos em termos de internamentos e disponibilidade de camas, com esta redução do número de médicos e de resposta das urgências poderá acontecer um cenário de catástrofe”.
Contactada pela Renascença, fonte do hospital de São João confirma que o centro hospitalar está a receber doentes de seis unidades para cirurgia e ainda as grávidas do hospital de Penafiel, que vai ter o serviço de obstetrícia e bloco de partos encerrada este mês.