A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, diz que até ao próximo debate parlamentar é preciso saber de que lado está ao PSD e que caminho quer trilhar o partido que acusa de desrespeito pela concertação social.
"O que está em causa neste momento é saber de que lado está o PSD, se está a favor de um acordo e do respeito pela concertação social", afirmou Ana Catarina Mendes, sublinhando que num "acordo é sempre preciso uma negociação e que fique a contento de todas as partes".
Questionada pela Lusa sobre a advertência do presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, de que o PS não contará com o seu voto caso os partidos que completam a maioria de esquerda peçam a apreciação parlamentar do diploma que reduz a Taxa Social Única (TSU) das empresas, a secretária-geral adjunta do PS disse não se compreender que "o PSD tenha hoje, mais uma vez, uma atitude de desrespeito pela concertação social e uma atitude de falta de consideração pelo diálogo que foi atingido junto dos parceiros sociais".
A descida da TSU está prevista no acordo de concertação social que consagrou o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN), mas tanto o Bloco de Esquerda como o PCP admitiram levá-la ao parlamento, caso o Governo insista na redução da Taxa para as empresas como forma de compensá-las pelo aumento do SMN."
"Até ao próximo debate parlamentar é preciso perceber que caminho quer o PSD trilhar", e se, ao contrário do PS que " esteve sempre do mesmo lado, sempre a favor do diálogo social, do valor da concertação social e dos seus parceiros sociais", o PSD "vai agora deitar fora aquilo que já no passado afirmou", disse.
Ana Catarina Mendes falava à agência Lusa, à margem da apresentação do candidato socialista, Luis Patacho à câmara das Caldas da Rainha, nas próximas eleições autárquicas.
Perante dezenas de militantes e simpatizantes do partido a secretária-geral adjunta do PS, lembrou a "cambalhota" de Pedro Passos Coelho "sobre aquilo que é o papel da concertação social", para questionar " que políticos são estes, que oposição é esta, e que serviço presta à democracia?"
Em 2014, recordou, Pedro Passos Coelho "afirmava que o que é bom para os parceiros sociais é bom para os partidos políticos". Agora, reforçou, "é preciso perguntar o que mudou entre 2014 e 2017", considerando que, "certamente o que mudou é [o PSD] não gostar de ver o aumento do salário mínimo", concluiu.
O acordo obtido pelo Governo socialista e parceiros em Dezembro na concertação social, à excepção da CGTP, prevê uma subida do Salário Mínimo Nacional para 557 euros e a descida da Taxa Social Única em 1,25 pontos percentuais.