O Papa declarou esta terça-feira que "a guerra é um fracasso da política e da humanidade, uma rendição vergonhosa, uma derrota diante das forças do mal” e lamentou o facto de estar “hoje, infelizmente, a acontecer o que se temia e o que nunca quisemos ouvir: isto é, que o uso de armas atómicas, que culpavelmente continuaram a ser produzidas e testadas depois de Hiroshima e Nagasaki, está agora abertamente ameaçado”.
Francisco fez um intervenção no Coliseu de Roma, no encerramento da Conferência Internacional “O grito da paz”, que reuniu dezenas de líderes e representantes de várias religiões.
“Este ano a nossa oração tornou-se um ‘grito’, porque hoje a paz é gravemente violada, ferida, espezinhada” disse o Papa. “E isto na Europa, ou seja, no continente que viveu as tragédias das duas guerras mundiais no século passado e agora estamos na terceira”, lamentou, considerando o momento que vivemos “particularmente dramático”.
O Papa apelou aos governantes “que se inclinem para ouvir com seriedade e respeito” este grito da paz que expressa “a dor e o horror da guerra, mãe de toda pobreza”.
Francisco pediu também para não nos deixemos “contaminar pela lógica perversa da guerra”, nem cair "na armadilha do ódio ao inimigo”. A única saída, é colocar “a paz no centro da visão de futuro, como objetivo central da nossa acção pessoal, social e política, em todos os níveis” e desarmar os conflitos “com a arma do diálogo”, afirmou.
No final do encontro, foi lido e assinado por todos, um Apelo de Paz, onde se proclama o fim da guerra e de todos os conflitos. “Calem-se as armas, declare-se imediatamente um cessar-fogo universal”, lê-se no Apelo. “Que se reabra o diálogo para cancelar a ameaça de armas nucleares."
O texto refere que “a humanidade deve acabar com as guerras ou será uma guerra que acabará com a humanidade” e considera urgente “reabrir imediatamente um diálogo sério sobre a não proliferação nuclear e o desmantelamento de armas nucleares”.