Além de granadas de mão e munições, foram roubados dos Paióis Nacionais de Tancos (PNT) explosivos, granadas foguete anticarro, granadas de mão de gás lacrimogéneo e material diverso de sapadores como bobines de arame, disparadores e iniciadores, avança o Exército.
Num comunicado divulgado esta sexta-feira à tarde, o Exército explica que não revela as quantidades exactas “para não prejudicar as investigações em curso”.
A Renascença sabe que 44 lança-granadas foram roubados das instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos. Desapareceram ainda 120 granadas ofensivas, 1.500 munições, além dos explosivos e de outros materiais.
Os trabalhos de contagem do material de guerra roubado, sublinha o comunicado agora divulgado, “foram elaborados pelo Exército na presença da Polícia Judiciária Militar (PJM), sendo, portanto, do conhecimento das autoridades competentes e da tutela”.
Videovigilância sem funcionar
O Exército adianta que “o sistema de videovigilância, cuja cobertura é apenas parcial para uma área do PNT onde estariam os materiais mais relevantes, encontra-se inoperacional”.
A Lei de Programação Militar “previa a disponibilização de verbas em 2018” para instalação de vigilância e controlo de acessos electrónico nos Paióis Nacionais de Tancos, refere o comunicado.
A mesma nota explica que os paióis são protegidos por “dois perímetros de rede (exterior e interior), ininterruptos e iluminados”.
“Considerando as necessidades de renovação causadas pelos anos da rede exterior, o Exército tinha já iniciado os procedimentos legais para a adjudicação da obra, de forma faseada e com verbas da Lei de Programação Militar”, sublinha o Exército.
A renovação de uma parte do perímetro “decorreu no primeiro semestre deste ano, encontrando-se já concluída”.
A adjudicação do restante perímetro foi solicitada pelo Exército, a 8 de Março deste ano, e o ministro da Defesa deu luz verde, a 5 de Junho. O despacho foi publicado esta sexta-feira em Diário da República , refere o comunicado.
Segurança foi descurada
A segurança nos Paióis Nacionais de Tancos, de onde foi roubado material de guerra, foi sendo descurada nos últimos anos, dizem fontes militares à Renascença. O motivo apontado são razões financeiras, na sequência de sucessivos cortes nas forças armadas.
Não havia videovigilância e a vedação não era suficientemente resistente, referem as fontes militares.
A Polícia Judiciária e a Policia Judiciária Militar ainda estão a investigar o roubo.