O bispo de Fall River apelou neste sábado aos peregrinos presentes em Fátima que não se deixem abater pela negatividade que reina no mundo e que mantenham viva a fé.
Na homilia da peregrinação do Migrante e do Refugiado, D. Edgar Cunha constatou que “vemos um mundo dilacerado pela guerra, injustiça, violência, falta de respeito à vida e à dignidade da pessoa humana” e apelou a que “não nos deixemos abater pelos profetas do mal, pelos que querem espalhar dúvidas, terror, ódio, egoísmo e trevas.”
“Vamos encontrar muitos que querem apagar o fogo” da fé, mas “nós caminhamos na luz”, por isso “temos de manter acesa a chama da fé e da esperança.”
Católicos “só de nome”
“Quantos se dizem católicos, mas o são só de nome”, lamentou D. Edgar Cunha. Porque “a Igreja de hoje vai ao encontro do seu povo” e “não fica à espera”, o bispo deixou vários apelos.
Considerando que “os ensinamentos dos pais adquirem maior eficácia quando são acompanhados pelo exemplo de uma vida de fé, amor, justiça e santidade”, o bispo apelou às famílias para que “dediquem tempo aos filhos, rezem juntos e não deixem os filhos sozinhos com a TV, internet, nas redes sociais”.
“Alguns pais dão muitos presentes aos filhos para compensar a ausência deles”, mas “ao invés de darem presentes, estejam presentes” e “abracem os seus filhos todos os dias e digam-lhes que os amam”, acrescentou.
Aos jovens pediu que “não vos deixeis influenciar pelas redes sociais, pela internet, pelos amigos”, pois “a vida é mais do que o seu smartphone, computador, tablet, Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, Tik-Tok.”
“Não pensem que Deus, religião, sacramentos, Igreja e oração são coisas do passado e somente para as pessoas velhas”, exortou o bispo de Fall River, pedindo aos jovens que “ouçam seus pais, avós e professores”.
“A felicidade consiste em conformar as nossas vidas ao plano de Deus para connosco”, portanto “precisamos de descobrir o que Deus quer de nós”. E ele “fala-nos através das Escrituras Sagradas, dos acontecimentos da nossa vida, das outras pessoas e da natureza”, adiantou.
Peregrinação não é “encontro turístico”
Perante milhares de pessoas, sobretudo emigrantes portugueses de férias no país, D. Edgar Cunha alertou que uma peregrinação “não é um encontro turístico nem de entretenimento”, mas “um momento para nos encontrarmos com Deus” e demonstrarmos a fé.
Um momento do qual se esperam frutos. “Que a partir de hoje dediquemos mais tempo à oração e menos à televisão, mais tempo com a família e menos em interesses pessoais, mais tempo em silêncio para ouvir a voz de Deus e menos tempo com os barulhos da vida, mais tempo com Jesus e menos tempo nas redes sociais”, especificou o bispo.