O Afeganistão pediu à União Europeia que pare, nos próximos meses, de expulsar migrantes afegãos, devido à intensificação dos combates no país, causados pelo aumento das ofensivas talibãs.
O Governo afegão pediu "aos países recetores que parem as deportações forçadas de requerentes de asilo afegãos durante os próximos três meses", de acordo com um comunicado do Ministério dos Refugiados e Repatriação citado pela agência Efe.
"A escalada de violência por parte do grupo terrorista talibã no país e a propagação da terceira vaga do coronavírus criaram uma grande desordem económica e social, suscitando inquietações em todo o povo", refere também o documento, citado pela France-Presse.
Um porta-voz do ministério, Reza Baher, reconheceu à agência espanhola Efe que a situação de segurança piorou nos últimos meses devido à ofensiva talibã e à retirada das tropas dos Estados Unidos.
"A situação de segurança no Afeganistão não é boa, um bom número de cidadãos está deslocado dentro do país e alguns estão a tentar sair para países estrangeiros", disse o responsável.
Segundo dados oficiais, nos últimos anos do conflito, cerca de cinco milhões de afegãos ficaram deslocados internamente.
Cerca de 769 mil afegãos vivem nos países da União Europeia, entre refugiados e requerentes de asilo, e estes últimos representam quase 30% do número total, de acordo com dados do Governo afegão.
O talibãs controlam já pelo menos 117 dos 407 distritos do Afeganistão, numa ofensiva que começou no dia 01 de maio, dia em que os Estados Unidos e a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) iniciaram o processo de retirada de tropas internacionais depois de duas décadas de conflito.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na quinta-feira que a retirada das tropas estará completa antes de 31 de agosto, antes da data limite inicialmente prevista (11 de setembro).