O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, diz que "a oposição faz bem às pessoas e aos partidos".
Nogueira reage deste modo à intenção demonstrada pelo PS em viabilizar, se necessário, um Orçamento retificativo que permita valorizar as carreiras e salários dos trabalhadores da Função Pública.
Mário Nogueira sugere que a recuperação do tempo de serviço é um dado adquirido e o importante é perceber como é que o tempo de serviço dos docentes vai ser recuperado. Por outro, todas as carreiras ligadas à educação, incluindo a do pessoal não-docente, devem ser valorizadas.
"Penso que devemos estar atentos é a forma como esse tempo vai ser recuperado porque, se for ao longo de um período muito alargado, vai deixar de fora ainda mais uns milhares de professores do que aqueles que já estão de fora."
Mário Nogueira lembra que muitos professores que perderam tempo de serviço "já estão em escalões onde já não conseguem remediar o mal que lhes foi feito".
"O que esperamos é que seja uma negociação que não vá para além dos 60 dias."
"Às vezes, a oposição faz bem às pessoas e aos partidos", diz Nogueira considerando que a carta de Pedro Nuno Santos a Luís Montenegro é um pouco como "chover no molhado” porque a devolução do tempo de serviço está assumida.
Valorização deve ser para todos
"Não se resolve a questão meramente com a questão de tempo de serviço dos docentes", refere André Pestana, coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação, para quem o importante é valorizar todas as carreiras ligadas ao sector da educação.
"Tem de ser também para não docentes. E sobretudo valorizar todas, mas mesmo todas as carreiras, porque de outra forma, vamos continuar a ter falta de profissionais de educação nas escolas. E isso vai, mais uma vez, prejudicar as nossas crianças e jovens".
Porque, como refere, "os funcionários não docentes estão sobrecarregados, exaustos e com salários de miséria e carreiras indignas".
Por fim, recorre a um ditado popular: "Mais vale tarde do que nunca", sublinhando, contudo, que os problemas da escola pública "podiam ter começado a ser resolvidos antes, ainda para mais com um excedente orçamental".