Sindicato do SEF admite que há risco de situações de tráfico para ucranianos em Portugal
23-03-2022 - 18:03
 • Pedro Mesquita , Rosário Silva

Em entrevista à Renascença, o presidente do sindicato dos investigadores do SEF sublinha que não há nenhum caso confirmado de tráfico de pessoas, mas que o risco existe.

O presidente do sindicato dos investigadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) admite a provável ocorrência de situações tráfico de seres humanos que possam vitimar cidadãos ucranianos que procuram refúgio em Portugal.

“Naturalmente que este é um terreno fértil para a existência de tráfico de seres humanos e essa probabilidade existe”, diz, em entrevista à Renascença, Acácio Pereira.

De acordo com o responsável do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF/SEF), “o SEF está a trabalhar com base em alertas, nomeadamente da Europol”, a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial, “com base na análise de informação”, tendo reforçado o controlo.

“O que o SEF fez foi, recentemente, fazer controlos móveis, dentro do território nacional, para análise e monitorização destas situações”, anuncia, Acácio Pereira.

Questionado pela Renascença, o presidente do SCIF/SEF, assegura que, até agora, não há registo de qualquer caso confirmado, embora admita a existência de situações sob investigação.

“Até ao momento, não há notícia de nenhuma situação que tenha tido um desenvolvimento positivo”, relata, mas “não quer dizer que não haja processos em investigação e em verificação, neste momento”.

Sobre os alertas provenientes da Europol, refere que estes “são sempre abrangentes”, e não se pronuncia sobre a matéria, embora sublinhe que os alvos mais fáceis, são “menores e mulheres”.

Para evitar casos futuros, o responsável deixa alguns conselhos.

“As pessoas nunca devem pagar por nenhum serviço e devem socorrer-se sempre de uma confirmação de uma entidade oficial. Não devem acreditar em tudo aquilo que lhe disserem. Como sabemos, a vida não está cheia de facilidades e, portanto, facilitismos e paraísos dourados, não devem ser aceites”, conclui o presidente do sindicato investigadores do SEF.