Com a Igreja do Mosteiro dos Jerónimos cheia, o Cardeal-Patriarca de Lisboa ordenou este domingo catorze novos diáconos que têm em vista a vida sacerdotal. Este é o número mais expressivo de diáconos ordenados nos últimos anos.
Na Homília, D. Manuel Clemente realçou esse fato e o significado do diaconado, o sacramento do serviço. “Não havia melhor maneira de começar, senão exatamente por aqui, pelo serviço humilde, total e desprendido de si próprio, para glória de Deus e bem de todos”.
E deixou-lhe odesafio para que “vivam a graça e o tempo do diaconado, intensificando no coração e na prática a atitude de serviço, estando sempre disponíveis para o que for mais necessário, em função dos outros”. Graças que – lembrou o Cardeal-Patriarca – “são encargos que recebemos, não para ficarem em nós, mas para, com elas, servirmos os outros”.
Mas D. Manuel Clemente também alertou os recém-ordenados que se naquele momento belo e festivo, tudo parece claro e conclusivo, é preciso estar atento e não esquecer a advertência do Evangelho de S. Paulo: “vigiai e orai em todo o tempo para terdes a força de vos livrardes do que vai acontecer e poderdes estar firmes na presença do Filho do Homem”.
Oito dos diáconos ordenados vieram do Seminário dos Olivais e do Seminário Redemptoris Mater. Entre eles incluem-se dois irmãos gémeos. Os outros seis diáconos pertencem a diferentes congregações religiosas.
O Natal de Cristo depende da nossa presença junto dos outros
A celebração das ordenações diaconais decorreu no 1º Domingo do Advento, que é bem mais do que o tempo de preparação para o Natal, que chegará a 25 de dezembro, referiu D. Manuel Clemente: “antes, durante e depois dessa data, o Advento trata-se da vinda de Deus, que em Jesus nos chegou, em Jesus nos acompanha e em Jesus nos espera”.
Natal que, para muitos, também significa presentes. Para quem os possa dar e receber, diz o Cardeal-Patriarca de Lisboa, lembrando que o valor material que tenham – muito, pouco ou quase nada – depende do que significa a presença de cada um junto dos outros.
“Quando não acontece, é apenas uma data mais passada do que cumprida. Apagam-se as luzes, arrumam-se as coisas num misto de saudade do que foi e receio de que não torne a vir. Ouve-se dizer e desejar que foi ou que há-de ser mais um ano. Quanto ganharia ser o ano todo. E pode ser, se for o Natal de Cristo, que celebramos como realidade e não como pretexto”, afirma o prelado.
Concluindo a sua mensagem sobre a vivência do Natal, D. Manuel frisou que “os presentes de Deus nunca se estragam e contêm em si o tempo infinito porque o Amor de Deus não passará”.